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PS de Coimbra quer Hospital dos Covões com urgência polivalente 24 horas por dia

7 de Junho 2020

O PS exige que os responsáveis de saúde garantam um serviço de urgência polivalente, 24 horas por dia, no Hospital dos Covões e “uma visão estratégica e funcional” para serviços como cardiologia e pneumologia.

A Concelhia de Coimbra do Partido Socialista “exige aos responsáveis de saúde” a apresentação “imediata, de uma vez por todas, da qualificação do Hospital dos Covões como hospital geral central e de um plano funcional”.

O Hospital Geral, vulgarmente conhecido por Hospital dos Covões, deve garantir “um serviço de urgência polivalente digno desse nome e em funcionamento 24 horas [por dia]” e dispor de “uma visão estratégica e funcional sobre os serviços”, com “especial destaque” para a Cardiologia, o Laboratório de Hemodinâmica e a Pneumologia – serviço cuja transferência para os Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) foi “anunciada publicamente”, mas “ainda não concretizada”, afirma o PS.

“Fundamental” e “urgente” é igualmente, para os socialistas de Coimbra, a decisão sobre a construção da nova maternidade (que resultará da agregação das duas actuais, Daniel de Matos e Bissaya Barreto.

A nova maternidade deve ser criada no Hospital dos Covões, que é “peça fundamental do plano de recuperação e investimento que se está a desenhar para o período pós-covid”, sustenta o PS, considerando-a também essencial para “as definições do futuro funcional e estratégico em saúde materno-infantil, demografia, acessibilidades e coesão da região Centro”.

O PS apela, assim, ao Conselho de Administração dos CHUC (Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra), “nomeadamente ao seu presidente [Fernando Regateiro]”, que adopte “uma perspectiva proactiva com a ARS [Administração Regional de Saúde] do Centro, com o município de Coimbra e outros municípios da região” e freguesias, para que “possa tomar decisões enquadradas nas estratégias municipais de saúde”.

Só deste modo, “o exercício das competências assumidas pelos municípios na área da saúde” poderá ser “coincidente com as ações necessárias para melhor servir as populações”, defende o PS.

“Medidas avulsas tomadas pela administração dos CHUC” poderão “deixar a saúde em Coimbra estilhaçada”, adverte.

É necessário, conclui, que a ARS do Centro “clarifique a sua posição perante o processo de destruição do Hospital dos Covões e a não decisão de construção da nova maternidade de Coimbra” neste estabelecimento, assumindo “a defesa dos interesses dos cidadãos e dos doentes da região Centro”.

O presidente do CHUC realçou, no dia 24 de Maio, a importância dos Covões para acolher “funções assistenciais relevantes” e negou o seu alegado esvaziamento.

“Não há qualquer intenção” de deixar de utilizar o Hospital dos Covões para nele “localizar funções assistenciais relevantes, à luz da resposta global que o CHUC tem o dever de organizar para a procura actualmente registada e que preveja para o futuro”, assegurou então Fernando Regateiro, reagindo a um outro comunicado do PS de Coimbra, apelando ao Governo a tomada de uma posição pública sobre o futuro dos Covões e evitar o “desmantelamento silencioso” deste hospital.

Na ocasião, também o Bloco de Esquerda (BE) de Coimbra tinha alertado para a inexistência de um “plano de reconfiguração” do CHUC e criticado as “medidas casuísticas” para o complexo hospitalar dos Covões, alegando que, “dentro de uma orientação inconfessada”, elas visam transformar a unidade “em qualquer coisa que (…) ninguém conhece”.

Já em Novembro de 2019, o PCP, os Verdes (PEV), o BE e movimento Cidadãos por Coimbra (CpC) apresentaram na Assembleia da República, projectos de resolução e uma petição sobre a implementação da nova maternidade de Coimbra no hospital dos Covões.

Aquelas forças políticas consideravam também que a criação do CHUC “e a dinâmica de centralização dos cuidados nos HUC e o “correspondente esvaziamento de valências no Hospital dos Covões – como as urgências nocturnas” – penalizaram parte significativa da população e conduziram a um congestionamento insuportável dos serviços do pólo do CHUC em Celas (HUC), “degradando a qualidade da sua capacidade de resposta”.