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INEM recua e afinal helicóptero fica em Viseu

3 de Junho 2020

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) voltou atrás na decisão de relocalizar o helicóptero de emergência médica de Viseu para Loures, depois de muita contestação de várias figuras da região, entre elas, o presidente da Câmara de Viseu e o presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC).

A continuidade do helicóptero no Aeródromo Municipal de Viseu resulta de um entendimento entre a autarquia viseense e a empresa que cede as instalações para o aparelho.

Na segunda-feira 801) foi anunciado que o helicóptero passaria a operar temporariamente a partir de amanhã (04), no Heliporto de Salemas, em Loures.

Hoje, o INEM já avança que o mesmo helicóptero de emergência médica (relocalizado em Viseu desde Outubro por alegada falta de condições no heliporto de Santa Comba Dão) tem condições para permanecer na região.

“O INEM anunciou que o helicóptero da região Centro iria ser posicionado em Salemas, Loures, até ser encontrada uma solução definitiva que permita a certificação do Heliporto de Santa Comba Dão como Base Permanente”, explica aquele instituto, acrescentando que esta medida não se justificava por qualquer questão relacionada com o Aeródromo Municipal de Viseu, mas porque “a empresa IFA – Aviation Training Center, iria iniciar a sua actividade, momento que tinha sido previamente definido como limite para que o helicóptero pudesse permanecer nas instalações da referida empresa”.

Segundo o comunicado, depois do anúncio do INEM da possibilidade de o helicóptero ter que ser posicionado em Salemas, a IFA – Aviation Training Center, “que evidenciou um grande sentido de responsabilidade social”, e a Câmara Municipal de Viseu, “reafirmaram toda a disponibilidade” para que o helicóptero se mantenha na cidade, tendo chegado a um entendimento para que o meio aéreo permaneça temporariamente nas instalações da empresa.

O INEM destaca o empenho demonstrado pela Câmara Municipal de Viseu, Aeródromo Municipal de Viseu e pela empresa IFA – Aviation Training Center para encontrarem “uma solução de compromisso para manter o helicóptero a operar a partir da região Centro do país, continuando-se a garantir todas as condições necessárias para o seu funcionamento”.

O Instituto Nacional de Emergência Médica relembra, ainda, que a saída do helicóptero de Santa Comba Dão não resultou de uma decisão do mesmo, sendo retomadas as operações “desde que sejam cumpridos todos os requisitos legais e que esse heliporto seja certificado como Base Permanente para Emergência Médica”.

Ontem (02), o presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Almeida Henriques, foi a primeira voz de contestação face à decisão de retirar o helicóptero da cidade, afirmando que “maltratava, mais uma vez, os territórios do Interior” e repudiando “a saída deste importante meio de emergência médica da região, constatando e lamentando os argumentos pouco sólidos que estão na base desta decisão”.

Também José Carlos Alexandrino, da CIM, criticou a medida, considerando ser uma decisão que deixava o “Interior e a região Centro cada vez mais abandonados” e prometendo colocar o assunto na agenda política. Algo que, apenas um dia depois, ficou resolvido e para bem das populações da região.