O Município da Figueira da Foz anunciou o cancelamento da 32.ª edição da Gala Internacional dos Pequenos Cantores, que estava prevista para 19 de Julho, devido à situação provocada pela pandemia de covid-19.
A Câmara Municipal afirma que o cancelamento foi decidido “no âmbito das medidas de resposta à situação epidemiológica provocada pelo coronavírus”, tendo adiantando à agência Lusa o Gabinete da presidência que, por outro lado, que a Gala, que tem um limite mínimo de 10 inscrições para se efectivar e tinha recebido até agora cinco pedidos, três estrangeiros e dois nacionais. Para além de “mais duas inscrições internacionais que manifestaram interesse em vir, mas que não deram seguimento por causa da pandemia e não formalizaram a inscrição”.
No comunicado, a autarquia recorda que a Gala Internacional dos Pequenos Cantores foi uma iniciativa “pioneira no género”, quando nasceu em Setembro de 1979.
“Desde então, cumpriu os seus objectivos, de que destacamos a criação e divulgação de temas musicais próprios para crianças e por elas interpretadas, a divulgação dos Direitos da Criança e de entidades sem fins lucrativos colocadas ao serviço da criança e o fomento de laços de amizade entre os povos, sem distinção de raça, cor, credo, sexo ou origem”, assinala a Câmara Municipal.
Acrescenta que a Figueira da Foz, ao longo de 31 edições do evento, realizadas em 41 anos, “teve o privilégio de receber 467 participações, das quais cerca de metade estrangeiras, oriundas de 40 países da Europa, América, África e Ásia”.
Pensada para participantes entre os cinco e os 10 anos, a Gala Internacional dos Pequenos Cantores da Figueira da Foz nasceu com base numa ideia do então jornalista da RTP, Sansão Coelho, que, juntamente com Teresa Cruz, foi o primeiro apresentador do festival.
Na primeira edição, comemorativa do Ano Internacional da Criança, Israel foi o país vencedor, representado pela pequena Marina, com a canção “Papá Popeye”, que arrecadou a Traineira de Prata, troféu então reservado ao primeiro lugar.
A vencedora nacional foi Maria Armanda, com o tema “Eu Vi um Sapo”, que no ano seguinte arrebataria o Sequim de Ouro no célebre festival infantil italiano com o mesmo nome.
Promovido originalmente pela Câmara Municipal, Região de Turismo do Centro e Sociedade Figueira-Praia, o evento decorria no Casino local e realizou-se ininterruptamente durante 24 edições (entre 1979 e 2002).
A partir daí, assistiu-se a um interregno de 10 anos, mas a Gala Internacional dos Pequenos Cantores acabaria por renascer, em 2013, no cumprimento de uma promessa eleitoral do executivo socialista, liderado por João Ataíde (já falecido), admitiu na altura à Lusa o então vereador da Cultura, António Tavares.
O festival passou a ser promovido pela Câmara Municipal no Centro de Artes e Espectáculos (CAE), somando mais sete edições às 24 originais, sendo este ano a primeira vez em que não se realiza no novo período.