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Diário de Coimbra celebra 90 anos com apelo aos leitores para sobreviver à pandemia

24 de Maio 2020 Jornal Campeão: Diário de Coimbra celebra 90 anos com apelo aos leitores para sobreviver à pandemia

O emblemático “Diário de Coimbra” comemora, hoje, o seu 90.º aniversário, e apela aos seus leitores fiéis e anunciantes que o ajudem a sobreviver à ameaça da pandemia.

“Quis o destino que os 90 anos do ‘Diário de Coimbra’ se assinalassem no meio de uma crise com uma dimensão que pensávamos já não ser possível nos dias de hoje. São momentos de angústia, os que estamos a viver, durante os quais precisamos de referências de confiança que nos ajudem a tomar as melhores decisões”, referem, no editorial da edição de hoje, o director Adriano Callé Lucas e o director adjunto-Miguel Callé Lucas, netos do fundador do jornal Adriano Viégas da Cunha Lucas (1883-1950).

A Direcção lembra que, nos 90 anos de existência, o jornal “esteve um ano sem se publicar por castigo imposto pelo Estado Novo e sobreviveu”. Foi também alvo de “várias armadilhas da PIDE e da censura e a todas soube responder” e, no pós 25 de Abril, “conseguiu manter-se independente e ao serviço de Coimbra e das Beiras”.

“A ameaça agora é outra, mas é muito grave. A pandemia paralisou a nossa economia e a queda abrupta de publicidade, a partir do passado mês de Março, coloca seriamente em risco a sobrevivência do ‘Diário de Coimbra’, bem como de todos os jornais livres e independentes, que, como nós, vivem exclusivamente das receitas provenientes da publicidade e da venda de jornais (aos assinantes e na banca), não dependendo do Estado nem de quaisquer grupos políticos ou económicos para lhes pagarem as contas”, lê-se.

Adriano e Miguel Callé Lucas só contam “mesmo” com os leitores e anunciantes.

“Ficou, aliás, recentemente, à vista que do Governo só contamos com migalhas. Dos tão propalados apoios do Governo à Comunicação Social, no montante de 15 milhões de euros, cujos critérios de distribuição falta esclarecer, só caberão ao ‘Diário de Coimbra’ 20 000 euros e para os diários associados de Aveiro, Leiria e Viseu um total de cerca 30 000 euros. Apenas cerca de 0,3 por cento da verba global dos apoios a distribuir”, escrevem.

Os responsáveis prometem tudo fazer para que o diário “continue na sua missão de informar, em defesa das populações de Coimbra e das Beiras”.

“Mas o jornal também necessita agora, urgentemente, para conseguir ultrapassar esta fase tão difícil, de um redobrado apoio dos seus leitores e anunciantes, a quem apelamos para fazerem novas assinaturas do jornal e mais inserções publicitárias aos seus produtos”, rematam.

O “Diário de Coimbra” foi fundado em 1930 e constitui um caso raro de longevidade no sector.

Fundado por Adriano Viegas da Cunha Lucas (1883-1950), foi liderado por Adriano Mário da Cunha Lucas (1925-2011) durante cerca de seis décadas, período durante o qual fundou os Diários de Aveiro, de Viseu e de Leiria.

Numa mensagem enviada ao jornal, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa destaca o papel de resistência do “Diário de Coimbra”.

“Um grande abraço de parabéns, evocando Adriano Lucas. Estivemos juntos na primeira Lei da Imprensa em Democracia e sobretudo evocando o vosso papel, de resistentes. Num tempo de crise. Resistentes por aquilo que é fundamental. Não é apenas o poder local, o poder regional. É o que é um pilar do Estado de direito no nosso país. Uma Imprensa forte, uma Imprensa isenta e uma Imprensa independente”, refere Marcelo Rebelo de Sousa.

O “Diário de Coimbra” foi um dos jornais pioneiros em Portugal na distribuição porta-a-porta junto dos seus assinantes o que, hoje, acontece em cerca de uma dezena de concelhos da região. Além da edição impressa, o “Diário de Coimbra” disponibiliza uma aplicação que permite aos assinantes, em qualquer ponto, o acesso a todas as suas notícias. Na rede social Facebook conta com mais de 110 000 seguidores.