Ainda que tenham sido suspensas as actividades programadas, devido à emergência sanitária motivada pela pandemia do novo coronavírus, as iniciativas do Jubileu de Santo António e dos Mártires de Marrocos vão ser retomadas, uma delas já amanhã (22), pelas 22h00, com a transmissão, via redes sociais, da reposição do “Sermão de Santo António” da autoria do Padre António Vieira.
Este é um dia especial, uma vez que se comemoram 350 anos da sua primeira proclamação, em Roma, na Igreja de Santo António dos Portugueses a 22 de Maio de 1670.
A sessão terá início com uma peça do órgão de tubos histórico da Igreja de Santa Cruz, pelo organista João Guerra. Após a leitura do “Sermão”, que ficará a cargo do cónego Pedro Miranda, um grupo de coralistas da paróquia de Santa Cruz executará o “Hino do Jubileu”.
Nesta peça icónica, o Padre António Vieira afirma que “nascer pequeno e morrer grande, é chegar a ser homem. Por isso nos deu Deus tão pouca terra para o nascimento, e tantas para a sepultura. Para nascer, pouca terra; para morrer, toda a terra.” Referindo-se a Santo António haveria de concluir: “para nascer Portugal; para morrer o mundo”.
Recorde-se que, por solicitação do Bispo de Coimbra, o Papa Francisco convocou um Jubileu – ou Ano Santo – para a Diocese de Coimbra, durante o ano de 2020.
A razão por detrás de um marco tão significativo é o facto de neste ano se celebrarem os 800 anos do martírio dos primeiros frades que São Francisco de Assis enviou em missão para Marrocos, e cujas relíquias repousam em Coimbra.
“O exemplo destes franciscanos influenciou de forma decisiva o jovem padre Fernando de Bulhões, que decidiu deixar o Mosteiro de Santa Cruz e tornar-se franciscano em Santo António dos
Olivais, tomando o nome de António: o ‘nosso’ Santo António, de Lisboa, de Coimbra e para o mundo, um dos santos mais notáveis da cristandade”.