A linha ‘SOS Pessoa Idosa’, da Fundação Bissaya Barreto, tem registado um aumento dos pedidos de ajuda desde o início da pandemia, com a abertura de 59 processos de violência contra idosos desde 16 de Março.
O Serviço tem notado um aumento no número de casos relacionados com situações de negligência, abandono, auto-negligência, falta de cuidados de saúde, de carência alimentar e de ausência de quem assegure a higiene pessoal e a salubridade do espaço habitacional.
Desde o início deste Serviço, em 2014, já foram registados 1 149 contactos, dos quais cerca de 70 por cento dos agressores são familiares com destaque para filhos, genros e noras.
A maioria dos casos refere-se a denúncias de situações de violência sobre mulheres idosas (62 por cento dos casos). Grande percentagem das vítimas não tem rede de suporte formal e apresenta um grau de demência ou outro tipo de declínio cognitivo, como alzheimer.
A denúncia em 19 por cento dos casos é feita pela própria vítima, 17 por cento realizada por vizinho e em 16 por cento das situações são os filhos.
A Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra (Ministério Público), foi responsável por 15 por cento das sinalizações realizadas ao Serviço SOS Pessoa Idosa. Em conjunto foram trabalhados 39 processos.
Como formas de violências mais frequentes, de acordo com a identificação realizada pelo SOS Pessoa Idosa, surgem a violência psicológica (37 por cento) e a negligência (recusa ou omissão de prestação de cuidados, como alimentação, higiene e saúde – 31 por cento) seguidas do abuso financeiro (26 por cento) e do abandono (15 por cento) e violência física (15 por cento).
O distrito com mais pedidos de ajuda e denúncias é o de Lisboa, seguindo-se os distritos de Coimbra, Setúbal e do Porto.
O Serviço SOS Pessoa Idosa é uma resposta de intervenção social, criado em Maio de 2014 pela Fundação Bissaya Barreto, que integra uma linha gratuita de atendimento telefónico (800 990 100), um serviço de atendimento directo e personalizado e um serviço de mediação familiar. O Serviço tem como objectivo primordial apoiar e responder aos apelos de pessoas que vivem situações de violência nas suas diversas manifestações ou delas tiveram conhecimento, disponibilizando vários meios e instrumentos de comunicação.