Está na hora de retomarmos a nossa vida, com todos os cuidados é certo. Afinal há muito a fazer desde aquele dia 11 de Março de 2020, em que a Organização Mundial de Saúde decretou a pandemia pelo novo coronavírus, mas a concepção do mundo pós-Covid 19 pode não ser simples…
Não podemos nem devemos menorizar a magnitude dos entraves que existem no caminho, nem imaginar a criação de alguma “economia de rituais” que solucione os problemas que temos pela frente. Só aceitando a relevância do desafio é que ampliamos as nossas possibilidades de êxito!
Gradualmente, vai-se retomando o funcionamento de muitas actividades que estiveram puro e simplesmente fechadas ao longo de quase dois “longos” meses. Recomeça já algum movimento nas ruas e podemos começar a rever alguma dinâmica, sejamos nós automobilistas, sejamos nós peões. O melhor é não olhar para trás, porque o futuro chegou diferente, mas cheio de desafios e com a necessidade de aproveitarmos a oportunidade, ainda que ponderada, de obter o melhor das novas possibilidades que “aprendemos à força e à pressa!”
Provavelmente vamos aumentar a nossa atenção ao mundo que nos rodeia. Temos várias hipóteses de retoma ao nível económico e social e vai ser necessário, talvez imperativo, fazer opções! Embora não possamos desprezar as condicionantes que esta agora, nova realidade trouxe, para além da repercussão que, já percebemos todos, houve na nossa vida com o planeta e no planeta, também a eficácia para aferir o risco e conceber planos apropriados para menorizar os problemas, passa a ser fundamental quando pensamos em decisões políticas na esfera pública, sob o ponto de vista sustentável, nomeadamente, terão de ter na sua sustentação um plano de acção estratégico e orçamental adequado e em tempo útil.
Provavelmente percebemos hoje com maior clareza, que a nossa vida comunitária entrou decididamente num mundo mais virtual, onde as tecnologias se impõem na família, no trabalho, na escola, onde for. E esta mudança vai ser constante nas nossas vidas. Não é possível recuar, antes pelo contrário. Todo este novo dia a dia do teletrabalho e da virtualidade está já muito perto do quotidiano. Em vários sectores, mesmo na saúde, temos capacidade acima do suposto e antecipámos o futuro. Mas é necessário dinâmica nas organizações, que permitam a reabilitação da nossa nova vida diária. É por isso preciso liderança nas organizações, do presente para o futuro.
Provavelmente vamos perceber, neste pós-Covid 19, até que ponto a globalização no mundo actua a velocidades bem diferentes e que eventualmente a nossa união global não é aquela que tínhamos como certa. Seja no apoio do Estado aos cidadãos particulares, seja a empresas, seja a grandes instituições e claro, na estratégia económica e monetária da União Europeia. A verdade é que os contrastes são por de mais evidentes e as diferenças vão-se realçando. É talvez a hora de observar o papel do estado e das liberdades individuais. Agora que que teremos um retomar da economia e do consumo, ainda que a baixa velocidade, não parece prudente procurar atingir políticas e consequentes resultados de grandiosidade e em simultâneo garantir liquidez e boa gestão de tesouraria. Por estes dias, dou comigo a pensar, se esta não é uma efetiva situação em que o défice orçamental terá “cabimento” para dar apoio às famílias e às empresas.
Nesta nova etapa de adaptação evolutiva, o futuro chegou e não só é incerto como desconhecido. Não temos nada garantido, mas também nada está perdido!
(*) Gestor/Administrador no Coimbra iParque