O PCP questionou o Governo sobre um aviso no qual a Universidade de Coimbra deu um prazo aos estudantes alojados nas residências da instituição para removerem os seus bens dos quartos, anunciou hoje aquele partido.
“Os estudantes que até agora estavam em quartos nas residências universitárias receberam uma comunicação (…) a solicitar a retirada dos respectivos bens dentro do prazo de quatro dias, dispondo cada um de uma hora e 15 minutos para o fazer”, afirmam as deputadas Alma Rivero e Ana Mesquita, numa pergunta dirigida ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
Os Serviços de Acção Social da Universidade de Coimbra (SASUC) comunicaram aos residentes no dia 02 que deveriam retirar os seus bens dos quartos, pedindo que, a partir do dia 04, “respondessem com informação sobre a saída da residência”, segundo a interpelação escrita entregue na Assembleia da República na semana passada.
Além disso, foi “exigida nova candidatura, entre 04 e 08 de Maio, para concorrerem ao alojamento e poderem pernoitar nos próximos meses”, refere o PCP, indagando se o Governo está a par da situação.
“Qual o motivo para exigir a retirada dos pertences a cada um dos residentes, uma vez que ainda é incerto o que se irá passar no resto do semestre?”, pergunta.
As deputadas querem saber “que motivo justifica a pressão que está a ser colocada nos estudantes (…), conhecendo-se dificuldades dos estudantes em deslocar-se a Coimbra”, neste tempo de aulas não presenciais, devido à covid-19.
“O Governo tem conhecimento da retirada e reatribuição de quartos em outras instituições do ensino superior?”, questionam ainda.
No contexto da epidemia, “são muitos os estudantes que vêem os seus futuros indefinidos, ainda sem resposta sobre as suas avaliações ou meios para as fazerem” e sem acesso “a bibliografia da Universidade que hoje não podem consultar”.
“Na passada semana, assistimos à chantagem e pressão por parte dos SASUC aos estudantes, que a pretexto do surto epidémico da covid-19 (…) aproveitaram para aprofundar ainda mais as injustiças feitas aos estudantes que não têm capacidades financeiras para estudar”, sublinha, por sua vez, a Direcção da Organização do Ensino Superior de Coimbra da Juventude Comunista Portuguesa.
A agência Lusa tentou obter a posição dos SASUC relativamente a este assunto, resposta que a assessoria da Universidade remeteu para uma nota que deverá ser emitida mais tarde.