Marcela Matos, investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental (CINEICC) da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra (FPCEUC), é a coordenadora de um estudo internacional, liderado pela UC, que pretende perceber a resiliência psicológica durante a pandemia covid-19.
O objectivo é “estudar a compaixão, conexão social e resiliência perante o trauma durante a pandemia covid-19”, sendo um estudo “pioneiro pelo foco da análise e pela abrangência multicultural da equipa de investigadores e da população-alvo, envolve investigadores de 18 países de todo o mundo – Portugal, Espanha, Itália, França, Reino Unido, Dinamarca, Eslováquia, Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Japão, Argentina, Chile, Colômbia, Perú, Uruguai, México e Brasil -, provenientes de instituições académicas, empresas e organizações sem fins lucrativos, como a The Compassionate Mind Foundation (Reino Unido)”, adianta a UC.
Considerando que a crise associada à covid-19 tem efeitos nefastos tanto na saúde física quanto na saúde mental das pessoas em todo o mundo, o objectivo, explica Marcela Matos, “é examinar o impacto psicológico desta pandemia e compreender que factores podem ser protectores contra as suas consequências negativas ao nível da saúde mental”.
“Pretende explorar, ao longo do tempo e em diferentes países/culturas, os efeitos da pandemia covid-19 na nossa sensação de segurança e ligação aos outros, sintomas psico-patológicos (como a ansiedade, depressão e trauma), procurando determinar de que modo as pessoas lidam com esta situação e se a mesma pode ser fonte de crescimento pessoal pós-traumático”, adianta a investigadora, acrescentando que “um dos aspectos mais inovadores consiste na investigação do possível efeito protector da compaixão e da auto-compaixão”.
A compaixão “tem sido definida como a sensibilidade ao sofrimento no próprio e nos outros, capaz de gerar esforços concretos para aliviar ou prevenir esse mesmo sofrimento. Este projecto investigará, de modo transcultural, se a compaixão desempenha um papel protector relevante na atenuação dos efeitos nocivos da pandemia na saúde mental dos indivíduos”, acentua.
Este estudo tem como população-alvo indivíduos da população geral (com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos), profissionais de saúde e pessoas em cargos de chefia em empresas e instituições.
A participação envolve o preenchimento anónimo e confidencial de um questionário online.
Mais informações sobre o projecto e como participar podem ser encontradas na página: https://www.fpce.uc.pt/covid19study/