“Se tudo se mantiver nestes moldes até final do ano [sem turistas e sem alunos] a Universidade de Coimbra pode vir a ter um défice entre seis a sete milhões de euros”, afirmou, hoje, o reitor da UC, Amílcar Falcão.
O responsável máximo pela Universidade de Coimbra adiantou, ainda que, só em Acção Social, por não ter alunos nas residências nem a frequentar as cantinas, todos os meses, o défice será de 300 000 euros.
O prejuízo engloba diferentes componentes, sublinhando o reitor que a UC “tem gasto muito dinheiro em ‘tablets’ e cartões de dados para alunos poderem assistir às aulas [à distância]”, criticando o Governo por ainda não ter anunciado qualquer tipo de apoio para as instituições do ensino superior nesta área.
Segundo Amílcar Falcão, a Universidade de Coimbra está já a pensar num “sistema híbrido para o novo ano lectivo, em que haja um misto de ensino à distância com presencial”.
“A pandemia não acabou e a Universidade agora está preocupada em preparar o próximo ano lectivo, sabendo de ante-mão que não será normal, mas seguindo sempre as recomendações das autoridades”, frisou o reitor-
“Estamos preparados para ter um ensino híbrido”, vincou, referindo que já neste ano lectivo (nomeadamente neste mês de Maio) gostava de poder retomar algumas actividades presenciais, “até para testar a reacção e o tipo de metodologia” que poderão ter que adoptar no próximo ano lectivo.
Ministro quer universidades com planos prontos para fim de estado de emergência
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior reiterou, hoje, na visita que fez a Coimbra, que quer todas as universidades e politécnicos com planos para a retoma das actividades presenciais prontos para quando for levantado o estado de emergência devido à covid-19.
“A retoma das actividades presenciais tem de ser devidamente planeada”, vincou Manuel Heitor, considerando que quer os planos prontos nas universidades e politécnicos até ao final da próxima semana, para que estas instituições estejam devidamente preparadas para quando for levantado o estado de emergência.
Segundo o ministro, as instituições de ensino superior têm de pensar nas condições de higiene e desinfecção, no prolongamento dos calendários e ajustamento de horários, por forma a garantir a retoma de alguma da actividade presencial, assim que tal for possível.
No entanto, vincou, essa retoma tem de respeitar a autonomia das instituições, que “têm o direito e responsabilidade” de assumir a sua retoma, considerando que cada caso é um caso e que poderão definir planos de retoma e datas distintos.
“Há práticas e instalações muito diferentes e cada escola é um caso”, referiu.