Cerca de 85% das empresas da região de Coimbra quer regressar à actividade económica, afectada pela pandemia de covid-19, um volume superior aos 76% identificados a nível nacional, revela um estudo de uma associação empresarial hoje divulgado.
Promovido pela Associação Empresarial da Região de Coimbra (NERC), o estudo envolveu, numa primeira fase, um inquérito a 2.750 empresas de diferentes sectores económicos, contactadas por correio electrónico e telefone, que foi complementado por um questionário dirigido a 360 associados daquela entidade, que recolheu 144 respostas completas.
A percentagem (85%) das empresas de Coimbra “que encerraram total ou parcialmente” e pretendem retomar a actividade económica, comparam, segundo a NERC, “com a mesma intenção de 76% das empresas a nível nacional, de acordo com o estudo e inquéritos elaborados pela AIP [Associação Industrial Portuguesa]”.
A NERC avisa, porém, que, “não obstante os dados positivos da intenção de retoma da actividade económica”, 24% dos trabalhadores “estão em situação de potencial perda de emprego implicada por abrandamento da actividade”, um valor, no entanto, inferior aos 31% registados a nível nacional no inquérito da AIP.
Sobre a situação das empresas da região de Coimbra face à pandemia provocada pelo novo coronavírus, os resultados mostram que 20%, uma em cada cinco, “com incidência em actividades económicas essenciais, conseguiram manter a actividade em regime de trabalho total”.
No entanto, quase metade das empresas (46%) “pararam ou estão em encerramento com ‘lay off’ parcial ou total e fechadas por imposição do Governo”, entre outras situações, e 34% têm assegurado a continuidade da laboração “em trabalho parcial e/ou teletrabalho, demonstrando capacidade de inovação e flexibilidade com recursos a reengenharia de processos e apoio em meios tecnológicos”.
O estudo aponta, por outro lado, o turismo (alojamento e restauração) e comércio como os sectores “fortemente afectados” pela situação decorrente da pandemia de covid-19.
“No caso do turismo, acresce ainda uma maioria de empresas que recorerram a ‘lay off’ total, tornando residual os que permanecem em actividade. Esta situação, com fracas perspectivas de rearranque, mais vulnerabiliza este sector, que até recentemente se assumia como motor da economia nacional”, nota a associação liderada por Horácio Pina Prata.
A Direcção da NERC afirma que irá realizar “uma análise mais aprofundada” dos dados recolhidos, com vista à elaboração de um Plano Estratégico de Apoio à Retoma da Actividade Económica e um programa de acção intitulado “Retomar para Competir”.
Estes planos serão apresentados, na próxima semana, a entidades públicas e privadas “implicadas no desenvolvimento da região”, naquilo que a NERC define como uma proposta “que atenda às especificidades sentidas em toda a Região de Coimbra”.