Os cidadãos surdos podem, a partir de agora, recorrer à Linha SNS24 para atendimento através de uma plataforma de video-chamada que terá um intérprete de língua gestual portuguesa para fazer a ligação com um enfermeiro.
A medida foi anunciada, hoje, pelo secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, durante a habitual conferência de imprensa para fazer um ponto de situação relativamente à covid-19 em Portugal.
“A Linha SNS 24 continua a ser um suporte importante na resposta nacional à covid-19”, disse o governante, acrescentando que este serviço recebe actualmente cerca de 8 000 chamadas diárias”, o que mostra “uma tendência de estabilização de acordo com a fase epidemiológica” em que o país se encontra.
O tempo de espera para atendimento, referiu, é hoje “inferior a um minuto”.
A partir de agora, indicou, “milhares de cidadãos surdos vão passar a dispor de uma plataforma de atendimento através de video-chamada no centro SNS24”.
De acordo com o secretário de Estado, a linha vai dispor de seis intérpretes de língua gestual portuguesa, como os que acompanham diariamente as conferências de imprensa no Ministério da Saúde e prestarão atendimento “24 horas por dia, sete dias por semana através da video-chamada”.
O intérprete de língua gestual portuguesa fará a ligação com o enfermeiro do SNS 24, através de uma plataforma de atendimento de voz.
“Além de garantir o acesso destes cidadãos a esta linha, esta plataforma pode ainda ser utilizada para assegurar a comunicação entre os profissionais de saúde e o doente surdo durante o internamento hospitalar ou em situação de isolamento profilático”, especificou Lacerda Sales.
A disponibilização deste serviço resulta de uma parceria entre o Instituto Nacional para a Reabilitação, a Federação Portuguesa da Associação de Surdos, a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência .
O presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Luís Góis Pinheiro, indicou ainda que o serviço entrou em funcionamento ontem (21) e vem permitir não só a utilização por todos os cidadãos surdos, como pode também ser usado por hospitais e centros de saúde no atendimento a estes doentes.
“Isto é uma funcionalidade que vem equilibrar as diferenças que muitas vezes existem entre os cidadãos surdos e os cidadãos que não são surdos”, considerou.