A Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra (ESAC-IPC) está a participar no projecto internacional ‘Life Stop Cortadeira’, que pretende prevenir e conter a disseminação da erva-das-pampas, uma planta invasora que causa problemas de saúde pública e está a proliferar ao longo de muitas vias de comunicação no nosso país.
A participação da ESAC neste projecto tem como principais objectivos aumentar a sensibilização e formação sobre a erva-das-pampas junto de diferentes públicos, gerar conhecimento científico sobre esta espécie e participar na elaboração de uma estratégia transnacional de controlo para todo o Arco Atlântico, de Portugal a França.
‘Life Stop Cortadeira’ é coordenado pela AMICA, uma Organização Não Governamental de cariz social da Cantábria, que envolve activamente profissionais com algum nível de incapacidade no controlo da espécie, conferindo ao projecto uma inovadora dimensão social na luta contra as espécies invasoras.
Esta acção, que começou há ano e meio, termina em 2022 e apresenta já um balanço bastante positivo, de acordo com Hélia Marchante, docente da ESAC e responsável pelo projecto no IPC.
No decorrer deste período, foram concretizadas diversas acções importantes para combater esta espécie, nomeadamente a criação de um grupo de trabalho na luta contra a erva-das-pampas, envolvendo entidades portuguesas, espanholas e francesas, com o objectivo de partilhar informação, metodologias e resultados, assim como a realização da cartografia da erva em Portugal e na Cantábria, com recurso a modelação do habitat, de forma a definir áreas prioritárias de conservação, que se encontra em fase de conclusão.
Cidadãos podem ajudar
De acordo com Hélia Marchante, “a comunicação deste problema é fundamental, visto que é preciso sensibilizar os cidadãos para que tenham uma postura mais activa e ajudem a controlar estas espécies”.
A investigadora esclarece, ainda, que as pessoas têm muita dificuldade em identificar as várias plantas e, por esse motivo, a Agrária tem apostado em palestras, formação em grupos e sensibilização em Escolas, Câmaras Municipais e outras entidades públicas consideradas decisivas no combate e controlo das invasoras.
Na plataforma digital invasoras.pt os utilizadores de todo o país podem colaborar no mapeamento voluntário das plantas invasoras, numa colaboração com o Centro e Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra, referindo Hélia Marchante que “apesar de ser preciso chegar a mais cidadãos, surpreendeu-nos muito as pessoas terem aderido a esta iniciativa de ciência-cidadã. Temos mais de 700 cidadãos que participam com alguma regularidade e mais de 20 000 registos de localização fornecidos”.
Para incentivar a participação, esta plataforma tem uma série de desafios (http://invasoras.pt/desafios2019/ e mais recentemente em http://invasoras.pt/invasoras-a-janela/) que são lançados à população para que colaborem na recolha de dados sobre as espécies.