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Mais de 1600 artistas pedem apoio cultural em carta aberta ao Governo

9 de Abril 2020 Jornal Campeão: Mais de 1600 artistas pedem apoio cultural em carta aberta ao Governo

Mais de 1600 artistas, autores e profissionais do espectáculo assinaram uma carta aberta dirigida ao Governo português, onde apelam por medidas de apoio ao sector cultural, depois de verem as suas actividades laborais suspensas em consequência da pandemia covid-19.

Em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), a Gestão dos Direitos dos Artistas (GDA) e a Associação de gestão de direitos de produtores fonográficos (AUDIOGEST) declaram o lançamento da carta aberta, onde “o sector cultural apela ao Governo que seja prestado apoio à comunidade criativa e artística”.

O pedido é dirigido ao Primeiro Ministro, António Costa, à Ministra da Cultura, Graça Fonseca, e a todos os deputados da Assembleia da República, depois de os milhares de artistas terem cumprido “as primeiras recomendações de saúde pública que limitaram as suas actividades profissionais”.

Na carta aberta clama-se por um “fundo de emergência para a área da cultura que assegure a sobrevivência e subsistência de largos milhares de famílias que dependem em absoluto do espectáculo” e que, por força da covid-19, assistiram ao cancelamento dos seus espectáculos, apresentações e eventos.

De acordo com a SPA, a GDA e a AUDIOGEST, estes profissionais estão descontentes com as medidas propostas até à data, classificando-as de “insuficientes” e sublinham que “é sempre possível fazer mais e melhor”.

Além da criação de um fundo de emergência, este sector solicita ainda que “as entidades públicas contratantes procedam a pagamentos no caso de cancelamento ou adiantamento de preços acordados, estabeleça um prazo para o reagendamento dos espectáculos ou eventos” e que “os valores pagos a título de adiantamento ou pagamento parcial sejam distribuídos pela cadeia de valor aos profissionais”.

Na carta aberta pode ler-se ainda que “é um contrassenso acreditar que todos estes profissionais possam exercer a sua actividade sem que o espectáculo exista”, alertando para a necessidade de apoio aos “milhares de técnicos (de som, de luz, de palco, cenógrafos, produtores, assistentes de produção, roadies e tantos outros) que se encontram sem qualquer rendimento”.

“Não cancelem a cultura” é o mote de profissionais como Ana Moura, António Zambujo, David Fonseca e Pedro Abrunhosa que fazem parte dos milhares de artistas que assinaram a carta dirigida ao Governo.