O PCP questionou, hoje, o Governo sobre o encerramento por tempo indeterminado das extensões de saúde de Penacova e Oliveira do Hospital, no âmbito das medidas de combate à pandemia da covid-19.
“Os dois concelhos têm população envelhecida e grande falta de transportes entre as freguesias e a sede do concelho, pelo que esta medida priva a população do acesso a cuidados de saúde, o que é preocupante, sobretudo no caso dos utentes mais idosos”, afirmam os deputados Ana Mesquita, Paula Santos e João Dias, numa interpelação escrita dirigida à ministra da Saúde, Marta Temido.
Para os comunistas, num momento em que Portugal enfrenta uma pandemia, “é ainda mais importante garantir o funcionamento adequado das extensões de saúde de Penacova e de Oliveira do Hospital, para evitar deslocações desnecessárias e prolongadas dos utentes”.
“Além disso, a população teme que este encerramento possa prolongar-se para lá do contexto do combate ao surto epidémico e ser mesmo uma ‘machadada final’, num contexto em que têm existido, nos últimos anos, denúncias de tentativas de pressão no sentido do encerramento definitivo destas extensões de saúde”, alertam.
O documento foi entregue, ontem (01), ao presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e divulgado hoje pela Direcção da Organização Regional de Coimbra do PCP.
“Como justifica o Governo o encerramento destas extensões, deixando os utentes privados do acesso a cuidados de saúde de proximidade que elas garantiam?”, perguntam os deputados, frisando que “faltam transportes” e que “muita da população de risco, em função da idade, mas também de diversas patologias, se vê deste modo obrigada a fazer deslocações mais longas, temporalmente mais dilatadas e, portanto, mais arriscadas”.
O PCP que, ainda, saber quais as “medidas urgentes” que o executivo de António Costa “vai tomar para assegurar o funcionamento” daquelas extensões de saúde, nos municípios de Penacova e Oliveira do Hospital.
Desmarcação de tratamentos oncológicos no CHUC
Ao Grupo Parlamentar do PCP têm chegado “inúmeras preocupações quanto à prestação de cuidados de saúde no SNS no contexto do surto da covid-19”, pelo que, considera “se é fundamental que o SNS reforce a sua capacidade de resposta para tratar dos doentes com covid-19, é igualmente fundamental que o acompanhamento de doentes com outras patologias”.
“Um cidadão relatou-nos que o Hospital de Dia de Oncologia Médica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) estão a desmarcar os tratamentos oncológicos por falta de fármaco”, revela o PCP, adiantando que tal situação “deixa naturalmente os doentes e suas famílias numa enorme ansiedade, considerando as características da doença oncológica”.
“O tratamento de doentes oncológicos deve ser considerado prioritário”, nota.
Assim, questiona o Grupo Parlamentar ao Governo: “Por que razão há falta do fármaco para os tratamentos oncológicos?” e “Que medidas pretende o Governo tomar para assegurar que, no actual contexto de pandemia da covid-19, são criadas as condições para que todos os doentes oncológicos tenham os tratamentos de que necessitam?”.