As associações empresariais de quatro concelhos do interior do distrito de Coimbra alegaram, hoje, que o Estado “esquece os gerentes” das firmas nos apoios do ‘lay-off’ e pediram ao Governo para corrigir a situação.
“Pedimos que o Estado intervenha com urgência, pois muitos empresários veem-se obrigados por esta pandemia a fechar portas, seja por falta de clientes, seja por quebra das cadeias de abastecimento ou outras razões directamente relacionadas” com a pandemia da covid-19, afirmam as organizações.
Em comunicado, a Associação Empresarial Serra da Lousã, da Lousã, a Associação Empresarial de Poiares, o Clube de Empresários de Miranda do Corvo e o Núcleo Empresarial de Penela alertam que os empresários “veem-se sozinhos, sem apoio para si próprios e para as suas famílias, que tanto dependem da facturação que a empresa realiza e que está muito reduzida ou mesmo parada”.
Na sua opinião, no actual quadro de crise em Portugal e no mundo, importa que o Estado “tome as medidas necessárias para que não se deixe de parte quem muito fez para que a economia do país continuasse a crescer”.
“Temos visto o Governo a lançar medidas, desde o começo da pandemia, garantindo apoio aos colaboradores que trabalham por conta de outrem e a trabalhadores independentes. Contudo, verificamos que nestes apoios até hoje não foram ainda considerados os sócios-gerentes”, referem.
No regime do ‘lay-off’, “com as empresas encerradas, vai ser necessário a quem emprega continuar a pagar uma percentagem do rendimento dos seus colaboradores, cerca de 30 por cento, pois o Estado apenas comparticipa com cerca de 70 por cento do valor dos salários”, sublinham as quatro associações.
Na nota, alertam que “primeiro a empresa tem de pagar aos seus colaboradores e só depois é que vai receber os apoios do Estado”.
Esta condição, “para muitas empresas, vai originar uma imediata falta de liquidez, que em muitos casos só será resolvida com a injecção de dinheiro particular dos sócios e gerentes”, acentuam.
“Grande parte do tecido empresarial funciona na base familiar, com sócios-gerentes que lutam todos os dias para continuar a pagar os seus impostos e restantes obrigações, tendo estes também família para sustentar. Assim, como é que o Estado espera que estes sobrevivam?”, questionam ainda, frisando que, até ao momento, “o Estado recusa-se a atribuir apoios para os salários dos sócios-gerentes”.