Porque será que ainda existem políticos que defendem a nossa permanência nesta “coisa” chamada (r)APIN(a)? Esta questão tem-me feito alguma confusão.
Porque será que alguém que deveria defender os interesses dos munícipes faz, precisamente, o contrário? Descaradamente, sem qualquer falta de pudor, defendem que se deve permanecer, que os erros podem ser corrigidos, etc. etc.
Não. Os erros são uns a seguir aos outros e em tudo demonstram que não têm qualquer tipo de consideração por nós, os pagantes. Não se pode confiar em alguém que nos engana para levar Góis a entrar para esta empresa pública. Porque é disto que se trata, EMPRESA PÚBLICA.
Houve vereadores que foram enganados? Houve deputados da Assembleia Municipal que foram enganados? Custa-me a crer que alguém concorde com algo que vai prejudicar todos, incluindo os próprios e todos os seus amigos, todos os seus vizinhos e familiares. Por esta razão, penso que alguns foram enganados, só pode.
Como já disse, um tão grande empenho na continuação da (r)APIN(a), por parte de alguns políticos, fez-me procurar: O que será que está por detrás disto tudo?
Sem fazer juízos de valor vou, através de documentos oficiais, demonstrar-vos o único interesse nisto tudo.
Existem três tipos de empresas públicas: Do tipo A, do tipo B e do tipo C. Em cada uma delas os vencimentos são diferentes. Na de tipo A, o gestor presidente aufere, mensalmente, a quantia de 8.011,85 € (vencimento – 5.722,75 € e mais 40% de despesas de representação – 2.289,10 €). O mesmo cargo em empresa do tipo C aufere, mensalmente, 6.409,48 € (vencimento – 4.578,20 €, mais 40% de despesas de representação – 1.831,28 €). Os restantes cargos, vice-presidente e vogal, recebem um pouco menos, mas nenhum deles recebe abaixo de 5.127,58 €.
É tudo oficial. Consulte este “site” do governo:
https://www.dgaep.gov.pt/upload/estruturas_regimes/TR_GP_2017.pdf
Os membros das mesas de assembleias-gerais recebem senhas de presença. Aqui os valores vão dos 650,00 € aos 400,00 €, por cada reunião. Não sei se há alguém a receber estes valores, actualmente, mas estão consignados na Lei.
Quem se quiser documentar sobre as empresas públicas do sector das águas é só procurar na “Net”. Está lá tudo sobre os valores das remunerações de que beneficiam estes indivíduos.
A abordagem inicial da (r)APIN(a) foi ao estilo de quero, posso e mando. Os duros protestos das populações de todo o concelho de Góis e dos outros municípios que foram empurrados para esta empresa não tardaram a surgir.
Com a presente crise/pandemia do COVID 19, veio a (r)APIN(a) informar, quase como um bom samaritano, que enquanto esta situação durar vai baixar as tarifas.
As domésticas serão facturadas pela tabela da tarifa social, com custos para as câmaras, mas a (r)APIN(a) não está para perder dinheiro. Só que o dinheiro das câmaras não cai do céu. O dinheiro vem dos nossos impostos. Seja qual for o montante, ele faz muita falta ao nosso concelho e não deve servir para enriquecer empresas deste tipo.
Estarei enganado ou “cheira-me” a tachos? Em Setembro do ano que vem, existirão alguns que, por via da Lei, (limite de mandatos) serão obrigados a voltar para os antigos empregos.
Actualmente, na (r)APIN(a), os gestores não são remunerados, dir-me-ão, mas nada invalida que passem a ser, como é prática corrente nas outras empresas de águas. É uma empresa pública, é só ver as tabelas. Vencimentos destes para empresas que nem sequer têm concorrência? Há que viver à conta do orçamento do Estado e precaver os “tachos”.
Esta empresa não nos merece nenhuma credibilidade e, pela minha parte, estou pronto a lutar para que o nosso concelho de Góis, a nossa terra, saia o mais rápido possível desta (r)APIN(a).
Peço a quem tem o abaixo-assinado que andou a circular, que o faça chegar a quem de direito. Enviem-no pelo correio, registado com aviso de recepção, um para a presidente da Câmara e outro para o presidente da Assembleia Municipal.
Nós, os Goienses, temos que mostrar o nosso descontentamento. Temos que lutar pelos nossos direitos.
(r)APIN(a) fora de Góis!