Após a saída do único vereador do PSD presente, o Executivo da Câmara de Coimbra, presidido por Manuel Machado, prosseguiu a reunião de hoje com os cinco eleitos do PS e um da CDU, que fez, assim, com que houvesse quórum.
No período de antes da ordem do dia, a maioria rejeitou o pedido de justificação da falta de comparência na reunião de hoje dos vereadores do movimento Somos Coimbra (SC), José Manuel Silva e Ana Bastos, com apenas o vereador Paulo Leitão, do PSD, a votar a favor.
Já os outros dois pedidos de justificação, das vereadoras Madalena Abreu (PSD) e Paula Pêgo (independente também eleita na lista do PSD), foram aprovados por unanimidade.
Os vereadores do SC referiram no final da semana que “ainda que a reunião tenha sido convocada para o Salão Nobre, mais espaçoso, mandavam as mais básicas regras do bom senso e da prevenção e contenção da doença Covid-19 que, pelos meios humanos que mobiliza e deslocação que implica, fosse feita por meios informáticos e à distância, tal como ocorreu com reunião do Conselho de Estado que debateu o accionamento do Estado de Emergência em Portugal”.
O movimento refere, ainda, que recebeu uma resposta negativa, com a alegação de que não era possível “suspender a democracia” e que a Câmara Municipal de Coimbra não estava preparada para realizar a reunião por videoconferência.
O vereador Paulo Leitão (PSD), que também é deputado do Parlamento, ausentou-se da reunião da Edilidade antes de os eleitos pelo PS e o da CDU entraram na ordem de trabalhos, recordando que tinha requerido que a presente reunião de Câmara “fosse realizada por videoconferência, ou caso não fosse tecnicamente possível que se procedesse ao seu adiamento, para data em que já fosse possível a sua realização sem impor a presença física dos seus membros”.
“De forma incompreensível, mas infelizmente habitual, constatamos que o Dr. Manuel Machado, continua agarrado às ferramentas do passado, com claro prejuízo para o ambiente e para a saúde pública dos munícipes de Coimbra, como a dependência do uso papel, a compra com recursos públicos de carros de alta cilindrada alimentados a combustíveis fosseis e a presença física de vereadores e funcionários, em tempos de isolamento social, ignorando a panóplia de ferramentas tecnológicas ao nosso dispor, que têm o propósito de incrementar a produtividade” – declarou Paulo Leitão.
“Ao escolher manter a presente reunião, o presidente da Câmara suspendeu assim a Democracia, pois é seu dever utilizar as ferramentas prevista na Lei, para possibilitar a participação de todos os eleitos. Com o prosseguir desta reunião, não estamos a contribuir para uma democracia forte e saudável, visto que estamos a amputá-la de parte importante dos seus membros” – concluiu.
O PS, através de Carlos Cidade, justificou a realização da reunião de Câmara, com a presença dos membros da vereação, invocando “o respeito para com as várias centenas de trabalhadores municipais desde a protecção civil, ambiente, obras, águas, educação e acção social e muitos outros, como aqueles que garantem o nosso atendimento presencial para quem mais precisa”.
A declaração lida pelo vice-presidente da Câmara justifica que “também é uma demonstração de que estamos aqui, na linha da frente, com os que não podem ficar em casa para que todos os outros possam”. “Acreditem, por nós e pelos nosso, era tão mais fácil ficarmos em casa e sabemos bem o que diriam se os eleitos do PS ficassem”, acrescenta.