Carlos Cortes, presidente da Secção Regional da Ordem dos Médicos do Centro (SRCOM), apelou hoje a uma estratégia diferente no combate à pandemia ‘covid- 19’ e exigiu medidas mais apertadas do que aquelas que têm sido colocadas em prática.
O médico sublinhou que os hospitais estão a ser autónomos nas decisões, sem qualquer orientação superior da Direcção Geral da Saúde e do Ministério da Saúde, e que as “coisas não estão a correr bem”.
“Muitos hospitais mantêm as consultas normais, uma coisa completamente impensável. Em vez de colocarem os médicos onde são necessários, há milhares de médicos a fazer pequena consulta”, exemplificou Carlos Cortes em declarações à agência Lusa.
O presidente da SRCOM recordou que Portugal teve muito tempo para se preparar para o que apelidou de “guerra contra um vírus” e garantiu que nada foi acautelado, dando como exemplo o racionamento de materiais que está a haver nos hospitais.
“A escolha de Portugal para os próximos dias é se queremos ter uma estratégia como Itália [registo de mais de 800 mortos] ou como Macau [os casos foram rapidamente controlados, com medidas severas], por exemplo. É essa a decisão que tem de ser tomada. E tem de ser tomada imediatamente”, afirmou.
O novo coronavírus responsável pela ‘covid-19’ foi detectado em Dezembro de 2019, na China, e já provocou mais de 4 600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infectados ultrapassou as 125 000 pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados, um deles internado nas Infecciosas do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC).