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Miranda do Corvo: Autarca considera desconto na A13 aquém das ambições

27 de Fevereiro 2020 Jornal Campeão: Miranda do Corvo: Autarca considera desconto na A13 aquém das ambições

O presidente da Câmara de Miranda do Corvo, Miguel Baptista, considera que os descontos previstos para a Auto-estrada 13 não vão ao encontro das ambições do Município, mas acolhe a medida com agrado.

“Embora não vá ao encontro da nossa ambição, que passava pela isenção para os mirandenses, é uma medida positiva pelo contributo para o desenvolvimento do Interior”, referiu à agência Lusa o autarca (PS) daquele concelho que é atravessado por aquela auto-estrada.

Segundo Miguel Baptista, a isenção de portagens era o “desejável”, mas os descontos anunciados pela ministra da Coesão Territorial, em Macedo de Cavaleiros, “não deixam de ser positivos para o desenvolvimento mais equilibrado do país”.

A A13 (Entroncamento-Coimbra) e a A13-1, que faz a ligação a Condeixa-a-Nova, ao IC2 e à Auto-estrada 1, pertencem à subconcessão do Pinhal Interior e integram o pacote de auto-estradas que vão ter descontos a partir do segundo semestre deste ano.

Por seu lado, o presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, considera que se trata de uma “excelente medida do Governo, que potencia a circulação de viaturas de particulares e de mercadorias, contribuindo para a visitação do território e combate à interioridade”.

“É uma boa medida e concordo com os moldes em que está construída, com os descontos a estarem associados ao uso”, sublinhou Nuno Moita, salientando que, “em termos gerais, a medida favorece os concelhos mais interiores” servidos pela A13 e A13-1.

No início de Fevereiro, as associações empresariais dos concelhos de Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares, no distrito de Coimbra, defenderam o fim imediato das portagens na Auto-estrada 13.

“A competitividade, crescimento e manutenção das empresas na região depende da existência de vias rodoviárias capazes de responder às suas necessidades e, tendo em conta que este território se viu nos últimos anos privado do Sistema de Mobilidade do Mondego, de alternativa à Estrada da Beira (EN17) e de uma ligação digna ao IP3, a A13 é uma importante via para o desenvolvimento não só económico, mas também do turismo, aproximando o interior a pontos-chave como Lisboa e Porto”, refere uma posição conjunta das quatro associações.

A ministra da Coesão Territorial anunciou, ontem, descontos nas portagens de sete auto-estradas a partir do terceiro trimestre do ano para os “utilizadores frequentes”.

“Vai ser posto em prática no terceiro trimestre deste ano. Estamos a falar de um desconto de quantidade para os veículos classe 1 e classe 2”, afirmou Ana Abrunhosa, que falava à margem de uma visita no âmbito da iniciativa “Governo mais próximo”, no distrito de Bragança.

Ana Abrunhosa explicou que se trata de “um desconto de quantidades”, exemplificando que “do oitavo dia até ao 15.º dia haverá um desconto de 20% e a partir do 16.º dia até ao final do mês será um descontos de 40%”.

“Isto é, para utilizadores frequentes, isto significa um acesso universal, automático, basta ter o dispositivo electrónico, não exige qualquer burocracia para se ter acesso”, referiu.

Até agora, acrescentou, a burocracia “impedia muitas pessoas de terem acesso aos descontos que já existiam”.

Nas auto-estradas A4, A24, A28, A25, A23, A13 e A22, antigas SCUT, já eram aplicados descontos e estes foram, segundo a ministra, “harmonizados e aumentados”.

Segundo Ana Abrunhosa, estes descontos beneficiam os residentes ou os que se deslocam frequentemente às regiões, quer em termos de actividade económica ou turística.

Relativamente ao transporte de mercadorias, os descontos vão ser aumentados dos 30% para os 35% de dia e de 50% para 55% à noite.

A ministra anunciou, ainda, um desconto para os transportes de passageiros, que até agora não existiam e que passam a ser iguais às percentagens dos transportes de mercadorias.