Os agricultores do Baixo Mondego têm até hoje para se candidatarem a apoios, no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2020, para a melhoria da eficiência dos regadios existentes.
De acordo com um aviso publicado na página da Internet do PDR, as candidaturas devem ter em vista a reabilitação de infraestruturas, estações elevatórias e centrais hidroeléctricas, a melhoria da gestão dos aproveitamentos hidroagrícolas e da segurança das infraestruturas, bem como a introdução de tecnologias eficientes.
“A área geográfica elegível corresponde aos limites do Aproveitamento Hidroagrícola do Baixo Mondego” e a dotação orçamental é de um milhão de euros, lê-se no documento.
Apenas é admitida a apresentação de uma candidatura por beneficiário.
Os apoios são concedidos sob a forma de subvenção não reembolsável e as candidaturas devem ser submetidas através do website do PDR (www.pdr-2020.pt) ou do Portugal 2020 (www.pt-2020.pt).
O Programa de Desenvolvimento Rural de Portugal foi aprovado na sequência da decisão de Comissão Europeia em Dezembro de 2014 e visa o apoio às actividades do setor agrícola assente numa gestão eficiente dos recursos.
Para estes trabalhadores e empresários, as cheias de Dezembro na zona trouxeram outros problemas, nomeadamente, a destruição das culturas e a dificuldade em refazer todo o trabalho, tendo algumas empresas parado a sua actividade.
Ainda este mês o Governo anunciou 30 milhões de euros para minimizar os prejuízos das cheias e tornar o Mondego mais seguro, contudo, tal medida não convence os agricultores, que a consideram pouco eficaz, sendo um alerta para o eventual aumento do preço da água, algo que recusam.
“Mais do que um plano, é um monte de incertezas. Os agricultores querem saber que diques, que obras, que manutenções se vão fazer mas ainda não há uma definição concreta de nada”, disse à agência Lusa Isménio Oliveira, coordenador da ADACO, que reuniu com cerca de duas centenas de agricultores da região, lesados pelas cheias de Dezembro de 2019.
O responsável acrescentou, ainda, que independentemente do que o plano governamental venha a propor, os agricultores “não aceitam aumentos dos preços da água”.
Praticamente dois meses após as inundações, ainda havia trabalhadores sem ocupação nos concelhos de Soure, Montemor-o-Velho e Coimbra, os mais afectados pelo incontrolável avanço das águas do Mondego.
Durante este mês, e segundo José Armindo Valente, presidente da Cooperativa Agrícola de Montemor-o-Velho, algumas empresas de hortícolas estão a “tentar fazer novas plantações”, contudo, “enquanto o canal estiver sem água, vai ser muito difícil”.
Quanto aos trabalhadores, o responsável adiantou que alguns estão já ao serviço, mas no geral, “a actividade reduziu bastante e muitos continuam sem ocupação”.