A empreitada de abertura do canal do MetroBus na Baixa de Coimbra, que é lançada hoje, corresponde a um investimento de 3,5 milhões de euros e um período de obras de quase dois anos (23 meses).
Este processo, desenvolvido em estreita parceria com a Câmara Municipal de Coimbra, prevê a reconstrução de vários imóveis e a construção do edifício-ponte na Rua da Sofia, da autoria do arquitecto Gonçalo Byrne, que irá permitir a passagem do Metrobus (autocarro eléctrico).
No que concerne aos imóveis a reconstruir irão manter-se as fachadas que dão para as ruas existentes (Travessa da Rua Nova e Rua Nova), sendo recuadas as que constituem a nova frente, assegurando-se as dimensões necessárias para a inserção do canal.
Após a conclusão das obras, que se prevê durarem 23 meses, ficarão disponíveis dois edifícios, com uma área de construção de cerca de 2 600 m2, destinados a comércio, restauração, serviços e habitação.
A Linha do Hospital, onde esta empreitada se insere, faz a ligação da zona da Baixa de Coimbra e da Linha da Lousã à zona de Celas, onde se localiza um importante complexo de saúde, integrando os HUC, o IPO, o Hospital Pediátrico, as Faculdades de Medicina e de Farmácia, bem como vários Institutos de Investigação e outros equipamentos de saúde, com uma importância estratégica para a cidade e a região.
A sessão que assinala o lançamento da empreitada realiza-se, hoje, às 15h00, na Via Central, junto à rua Direita, e para além do secretário de Estado, Jorge Delgado, conta com a presença do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, e de João Marrana, presidente da Metro Mondego.
A abertura desta via estruturante, que ligará a frente de rio à Rua da Sofia, é o culminar de vários Planos Urbanísticos desenvolvidos desde os anos 20 do século passado, e enquadra intervenções previstas quer no “Estudo de Integração Urbana do Sistema de Mobilidade do Mondego” quer no “Documento estratégico para a 1.ª Unidade de Intervenção na Cidade de Coimbra” (Área de Reabilitação Urbana – Baixa de Coimbra).
O Orçamento do Estado (OE) para 2020 reserva 22 milhões de euros para o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), a executar este ano, o que equivale a 26% do investimento total no projecto, que inclui intervenções no antigo ramal ferroviário da Lousã e na construção de uma linha urbana, em Coimbra, entre a Baixa e os Hospitais da Universidade.
Desde que a Metro Mondego foi criada, em 1996, o SMM previa a instalação de um metro ligeiro de superfície, tendo o primeiro Governo de António Costa optado por um sistema de autocarros eléctricos do tipo MetroBus, em canal dedicado.
O investimento total no MetroBus ronda os 85 milhões de euros.
“Foi encontrada uma solução de MetroBus eléctrico que aproveitará o investimento em infraestruturas feito até ao momento e que se constituirá num troço urbano [que abrange parte do Ramal da Lousã, entre Alto de São João e a Linha do Hospital) e num troço suburbano [de Serpins, no concelho da Lousã, ao Alto de São João, em Coimbra]”, segundo a proposta do OE aprovado para 2020.
O Governo e a Infraestruturas de Portugal asseguraram, em 2019, que o SMM começará a funcionar em 2021 de forma faseada.