A Câmara Municipal de Coimbra vai debater, amanhã (20), a instalação de um elevador junto às Escadas Monumentais, com o objectivo de melhorar a mobilidade entre a praça da República e o Polo I da Universidade.
Segundo a autarquia, o estudo já realizado “aponta que a solução mais confortável e inclusiva, também para pessoas com mobilidade reduzida, é a instalação de uma torre de elevadores verticais na encosta lateral direita das escadas”.
O projecto permitirá, ainda, salienta a Câmara, “reduzir o tempo/distância de ligação pedonal entre a futura paragem do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM) na praça da República”, que se localizará junto ao Teatro Académico de Gil Vicente, e o Polo I da Universidade de Coimbra, na ‘Alta’ histórica da cidade.
A instalação de elevadores verticais na encosta lateral direita das Monumentais apresenta-se como a melhor solução, designadamente por constituir um “único sistema que, por si só, sem qualquer tipo de adaptações ou complemento”, garante “todas as necessidades associadas à mobilidade de cadeiras de rodas, carrinhos de bebé e bicicletas, entre outros”, sustenta a câmara.
Esta é, também, “a solução que possui maior facilidade de instalação, mais baixos custos de manutenção e cujos componentes mecânicos dos equipamentos se localizam integralmente no interior de um elemento construído, não ficando assim expostos às adversidades meteorológicas”, acrescenta.
Para atenuar a presença do elevador no local, está previsto o reforço da arborização da encosta, que contribuirá para “a agradabilidade do local” e para dar “o maior protagonismo para o elemento histórico mais relevante”: as Escadas Monumentais.
O estudo prevê também, por exemplo, o reposicionamento, no acesso inferior às escadas e ao futuro elevador, da escultura “Peço a Palavra!”, de Carlos Ramos, inaugurada em 2019, nas comemorações dos 50 anos da Crise Académica de 1969.
Está igualmente previsto, por outro lado, o restauro e “enquadramento do quiosque antigo, que se julga edificado, no início da década de 40 do século passado”, localizado no topo das escadas.
O projecto de execução deste estudo resultará da articulação entre o município, a Universidade de Coimbra e a Metro Mondego (responsável pelo SMM), adianta a Câmara.
As emblemáticas Escadas Monumentais, um dos principais palcos da contestação estudantil e da carga policial na Crise Académica de 1969, com 125 degraus, foram construídas no âmbito da operação urbanística desencadeada pelo Estado Novo, nas décadas de 1950 e 1960, que levou à destruição de grande parte da Alta histórica de Coimbra, para nela ficarem concentradas as faculdades e serviços da Universidade.