A cabra velha em caçoila de barro vai ser o cenário preferencial nas mesas de 19 restaurantes aderentes ao 9.º Festival Gastronómico da Chanfana da Lousã, que decorre de 21 de Fevereiro a 01 de Março.
Este volta a ser mais um evento ligado à gastronomia que a Câmara Municipal da Lousã promove e que pretende “reforçar a atractividade e a procura efectiva pelo concelho, além de promover um produto que é identitário do território”, explicou Luís Antunes, presidente do Município.
Para o autarca, esta é igualmente uma forma de “tirar partido da capacidade existente na Lousã do seu sector da restauração”, que trabalha este produto e outros que o “complementam” e que, juntos, fazem parte do que é a Lousã”.
“A chanfana faz parte das nossas vidas, em diferentes situações, desde as mais alegres às menos felizes, faz parte do menu do nosso concelho, das nossas gentes, da nossa região”, sublinhou o autarca.
Assim, aderiram a esta edição 19 estabelecimentos (menos um do que em 2019), que durante estes dias terão na sua ementa principal a chanfana, seja a mais tradicional ou as mais modernas adaptações, bem como criações inovadoras de utilização dos vários produtos endógenos da região, seja nas entradas como nas sobremesas.
Este ano, uma das particularidades do ‘Festival da Chanfana’ é o facto de estar inserido na programação do projecto ‘Coimbra – Região Europeia de Gastronomia 2021’ e na estratégia da Dueceira – Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça, que “tem vindo a trabalhar de forma articulada e programada os diversos eventos gastronómicos realizados pelos quatro concelhos que a integram: Lousã, Miranda do Corvo, Penela e Vila Nova de Poiares”, notou Luís Antunes.
A chanfana, a par de outros produtos endógenos da região, foi, também, um produto distinguido o ano passado como uma das “7 Maravilhas Gastronómicas de Portugal”, um “prémio” que “veio trazer uma notoriedade e procura acrescidas, que se manteve presente ao longo do ano e permitiu combater a sazonalidade”, também fruto deste tipo de evento, admitiu o presidente da Lousã, desejando que “sejam ainda mais os visitantes este ano”.
Na apresentação do Festival marcou presença Jorge Brito, secretário-executivo da Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC), responsável pela candidatura de Coimbra a ‘Região Europeia de Gastronomia’, que sublinhou a “perseverança e o trabalho da Câmara da Lousã para se posicionar no sector gastronómico”. “A Lousã tem trabalhado de forma consistente e consciente”, notou Jorge Brito, realçando que é importante para a projecção da região de Coimbra a nível europeu a “qualificação deste tipo de eventos”.
“É preciso criar valor para o território e dinâmica económica, e por isso este é um desses eventos-âncora para a Lousã e para o nosso projecto europeu”, enfatizou o responsável da CIM.
Também Carlos Alves, presidente da Associação Empresarial da Lousã (AEL), destacou a importância do evento para o território, uma forma de “atrair pessoas”. “Cada vez temos mais comerciantes abertos para bem receber os turistas, porque só assim se desenvolve a região”, afirmou, acrescentando que as acessibilidades ainda são um entrave à visita.
Presente na cerimónia de apresentação esteve, também, o chef lousanense Flávio Silva, que salientou o papel fundamental que estes eventos têm para “valorizar ao máximo os produtos endógenos, que são a imagem da nossa terra”. O chef adiantou, ainda, que há que “saber agarrar o produto e criar vertentes diferentes, atraindo assim pessoas ao território e levar o nome da chanfana o mais longe possível”.
O evento, um dos três realizados anualmente pela Câmara Municipal – juntamente com o Festival de Cabrito e Sabores Outono -, – termina no dia 01 de março.
Restaurantes aderentes