A empreitada de abertura do canal do MetroBus na Baixa de Coimbra vai ser lançada no dia 20 (quinta-feira), numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado das Infraestruturas e Habitação, anunciou hoje a Metro Mondego (MM).
A sessão realiza-se às 15h00 na Via Central, junto à rua Direita, e, além do secretário de Estado, Jorge Delgado, conta com a presença do presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, informou a administração da MM, presidida por João Marrana, através de um convite enviado aos órgãos de comunicação social.
O Orçamento do Estado (OE) para 2020 reserva 22 milhões de euros para o Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), a executar este ano, o que equivale a 26 por cento do investimento total no projecto, que inclui intervenções no antigo ramal ferroviário da Lousã e na construção de uma linha urbana, em Coimbra, entre a “Baixa” e os Hospitais da Universidade.
Desde que a Metro Mondego foi criada, em 1996, o SMM previa a instalação de um metro ligeiro de superfície, tendo o primeiro Governo de António Costa optado por um sistema de autocarros eléctricos do tipo MetroBus, em canal dedicado.
O investimento total no MetroBus ronda os 85 milhões de euros.
“Foi encontrada uma solução de MetroBus eléctrico que aproveitará o investimento em infraestruturas feito até ao momento e que se constituirá num troço urbano [que abrange parte do Ramal da Lousã, entre Alto de São João e a Linha do Hospital) e num troço suburbano [de Serpins, no concelho da Lousã, ao Alto de São João, em Coimbra]”, segundo a proposta do OE aprovado para 2020.
O executivo de António Costa e a Infraestruturas de Portugal asseguraram em 2019 que o SMM começará a funcionar em 2021 de forma faseada.
Além da área urbana de Coimbra, os autocarros eléctricos irão circular igualmente no canal da ferrovia centenária, encerrada em 2010 pelo Governo de José Sócrates, que iniciou as obras para o metro ligeiro e que as parou depois por razões financeiras.
Os utentes do comboio que ligava Coimbra a Serpins são transportados há 10 anos pelas empresas de camionagem que têm vencido os vários concursos públicos lançados pela Comboios de Portugal (CP).
A Metro Mondego foi criada em 1996, quando António Guterres (PS) era primeiro-ministro e dois anos após a publicação, pelo último Governo de Cavaco Silva (PSD), em 1994, do primeiro diploma a prever uma rede de metro para os municípios de Coimbra, Miranda do Corvo e Lousã.
Nas últimas duas décadas, com algumas diferenças, três movimentos criados para defender a modernização e electrificação do Ramal da Lousã, onde o comboio circulou durante 103 anos, desde 1906, foram convergindo nalgumas das críticas ao processo em que, com aval de sucessivos governos, foram realizados cerca de 100 estudos e projectos com o objectivo de pôr o metro a transportar pessoas.