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UC cria Academia para o Encontro de Culturas e Religiões

10 de Fevereiro 2020

A Universidade de Coimbra apresentou, hoje, a Academia para o Encontro de Culturas e Religiões (APECER), estrutura que pretende “enriquecer o diálogo cultural e inter-religioso” numa instituição em que cerca de 20 por cento dos estudantes são estrangeiros.

A APECER, apresentada na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, onde vai ficar instalada, propõe-se a organizar encontros e eventos culturais e científicos, promover a elaboração de estudos em matéria de diálogo entre diferentes confissões religiosas e realizar cursos livres em torno da mesma área, entre outras actividades.

Face às características particulares da UC, que conta com 20 por cento de estudantes estrangeiros de mais de 100 países, fazia sentido “criar uma estrutura para acolher da melhor forma possível essa riqueza”, salientou o director da APECER, João Gouveia Monteiro.

Segundo o também professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), a academia pretende “desenvolver conhecimento entre as diferentes culturas e religiões numa perspectiva não confessional”.

Trata-se do “ensino do religioso e não do ensino religioso”, vincou João Gouveia Monteiro, salientando a perspectiva de formação e de debate em torno desta estrutura.

Para além de João Gouveia Monteiro como director da estrutura, a Academia vai contar com o catedrático da FLUC Anselmo Borges como presidente honorário, sendo que o professor de Antropologia Fernando Florêncio, o professor de Direito João Carlos Loureiro e a professora da FLUC Maria do Rosário Morujão serão subdirectores.

A APECER conta ainda com um conselho consultivo, onde estão a directora do Instituto Confúcio de Coimbra, Cristina Zhou; a coordenadora da Comissão Instaladora do Museu Judaico de Lisboa, Esther Mucznik; a investigadora da Universidade de Lisboa, Faranaz Keshavjee; o professor de História das Religiões da Universidade de La Laguna (Espanha), Francisco Díez de Velasco; o presidente da Federação Hindu de Espanha, Juan Carlos Ramchandani; e o capelão da UC, Paulo Simões.

O primeiro evento organizado pela academia começa hoje, com o início de um curso livre de “História das Religiões”, centrado nas “três grandes religiões abraâmicas” – cujas inscrições “esgotaram em menos de 48 horas” -, estando já programadas conferências, debates e um segundo curso livre (sobre religiões orientais) até ao final do ano.

“A nós cabe-nos formar as pessoas que vão para o mundo”, sublinhou o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, salientando a importância de promover “o diálogo e a abertura” no seio da comunidade académica, a partir de uma intervenção “descomprometida”.