Um investimento global na ordem dos 22 milhões de euros é quanto a Câmara Municipal de Coimbra já aplicou em obras, concluídas ou em curso, em várias empreitadas para fomentar a relação da cidade com a zona ribeirinha e para potenciar a valorização do rio Mondego.
A mais significativa até agora realizada foi o desassoreamento do leito do rio, no valor de quatro milhões de euros, uma obra destinada à melhoria das condições hidrodinâmicas do escoamento e à criação de uma maior coluna de água no rio Mondego, com a retirada de um volume de 700 000 metros cúbicos de sedimentos da albufeira, numa extensão de cerca de 3,2 quilómetros até ao Açude-Ponte.
A necessidade destas obras tornou-se ainda mais evidente com as cheias do início de 2016, que provocaram prejuízos significativos em Coimbra e na região do Baixo Mondego, com a recente cheia de Dezembro, com um caudal muito superior, a conseguir aumentar o caudal do rio para um volume de 2 000 metros cúbicos por segundo.
Dos investimentos já realizados consta, também, a construção da nova ponte na Praia Fluvial de Palheiros e Zorro, no valor de 580.000 euros, inaugurada a 04 de Julho (Dia da Cidade) de 2019.
A execução desta nova estrutura metálica, numa extensão de 145 metros, sobre o rio Mondego, veio possibilitar a travessia de peões, bicicletas e de veículos ligeiros de emergência, em condições de perfeita segurança, durante todo o ano. A empreitada incluiu, também, intervenções nas margens, para a sua consolidação, e nos acessos à nova ponte, bem como a execução de rede de baixa tensão para permitir a instalação de iluminação pública.
Destes investimentos de valorização do rio Mondego, em Coimbra, faz ainda parte a travessia pedonal e ciclável, junto ao Açude-Ponte, obra que custou 647 000 euros.
Construída a montante do tabuleiro inferior do Açude-Ponte, a nova estrutura tem cerca de 165 metros de comprimento e 2,40 metros de largura, além de um passadiço sobre a escada de peixe, situada na margem esquerda, com uma extensão de 14 metros e largura de 2,40 metros.
Adossada ao tabuleiro inferior do Açude-Ponte e também integrada na ciclovia que está a ser criada em Coimbra, entre a Mata Nacional do Choupal e o Pólo II da Universidade, na Boavista, a ponte fez também parte da estratégia que visa aproximar as duas margens do Mondego e melhorar os caminhos de Fátima e de Santiago.
Também nas obras realizadas junto ao rio inclui-se a ligação da avenida de Fernão de Magalhães à rua de Padre Estevão Cabral, no valor de 517 000 euros, com uma via que liga os parques de estacionamento, com a abertura de um arruamento paralelo à linha de caminho de ferro.
Nesta obra foi reformulado o acesso que liga as avenidas de Fernão de Magalhães e de Cidade Aeminium, sob a linha de caminho-de-ferro, incluindo a construção de uma rotunda no entroncamento com a avenida Cidade Aeminium.
Parque Verde
Nas obras que estão a decorrer, junto ao rio Mondego, está a ampliação e requalificação dos edifícios de restauração do Parque Verde, popularmente conhecidas com “Docas”, no valor de um milhão de euros.
Depois da empresa que venceu o primeiro concurso público não ter concluído os trabalhos dentro do prazo contratualmente previsto, a Câmara fez nova adjudicação que passa por concluir a obra que estava em curso. Estão a ser construídos quatro novos módulos na cobertura do actual edifício – passando a ser duplex -, estando também prevista a instalação de esplanadas, transformando o espaço numa nova configuração.
Os quatro volumes vão ter escadas e sistema elevatório de ligação entre os pisos, com um novo acesso público ao piso térreo, onde cada uma das quatro concessões passará a dispor de instalações sanitárias. As cozinhas serão recolocadas no piso superior, mantendo uma simples copa de apoio, arrecadação e compartimento de lixos no piso térreo. Ao mesmo tempo, as casas de banho públicas existentes vão ser recuperadas.
Outra grande obra vai ser a requalificação do Parque Manuel Braga, que visa a melhoria do estado de conservação deste parque municipal e a estabilização dos muros da orla ribeirinha em toda a sua extensão, com um custo de 4,8 milhões de euros.
A intervenção prevista engloba, entre outras operações, a requalificação paisagística do parque com a substituição e plantação de espécies vegetais; a estabilização das estruturas de contenção da margem do rio; a demolição de algumas construções existentes e a construção de um novo quiosque e de instalações sanitárias; a recuperação e requalificação de pavimentos e mobiliário urbano (tais como bancos, papeleiras, sinalética); a renovação da rede de drenagem; nova iluminação pública e cénica para reforço da segurança; a reabilitação do coreto; o restauro da estatuária; e a instalação de um sistema de som e luz não invasivo, em harmonia com o espaço envolvente.
Ciclovia e Rebolim
Com troços já executados e outros a fazer está a ciclovia de Coimbra, que liga a estação de Coimbra B ao Vale das Flores e à Portela, num percurso de 18 quilómetros, com o rio por perto, com um investimento de 2,2 milhões de euros.
O percurso ciclável duplica-se ao longo das margens do rio, seguindo, na margem direita, pela Av. Cidade de Aeminium até à estação ferroviária de Coimbra-A, passando junto à Baixa da cidade, ao longo da Av. Navarro, Largo da Portagem e Parque Manuel Braga, onde amarra a um lanço existente, a reabilitar, que se estende até ao limite sul do Parque Verde.
Na margem esquerda, a partir da Ponte-Açude, a ciclovia continua junto ao rio até à Av. de Conímbriga, cruza, de forma desnivelada, o acesso à Ponte de Santa Clara até à Praça da Canção, na margem esquerda do Parque Verde, onde liga a um percurso existente e que, através da Ponte Pedro e Inês, se reúne ao traçado da margem direita.
Na valorização do rio Mondego enquadra-se o Rebolim, onde a Câmara tem a intenção de construir uma praia fluvial. Já foi realizada a limpeza de vegetação, de lixeiras e de outros detritos sobrantes da antiga extração de areias, melhorados os acessos, instalados sanitários e criada uma área de estacionamento, feitas infraestruturas eléctricas, de telecomunicações e rede de abastecimento de água.
Para possibilitar o alargamento da área a Câmara adquiriu um terreno, no Rebolim, com cerca de 15 000 metros quadrados, por cerca de 80 000 euros, e irá construir uma ciclovia que irá ligar a circular da Boavista até ao rio Mondego, interligando à ciclovia de Coimbra.
Muros do Mondego
Uma obra que teve um percalço foi a da estabilização dos muros da margem direita do rio Mondego, entre a Ponte-Açude e a Estação Nova, cujo percurso se encontra encerrado ao trânsito desde o início de 2019. A obra tinha sido consignada a 26 de Outubro de 2018 por 7,1 milhões de euros, com um prazo de execução de 540 dias, e chegou a ser montado estaleiro, mas os trabalho pararam devido a uma das empresas do consórcio ter sido declarada insolvente.
Foi reaberto um novo concurso público com vista à conclusão da obra, pelo preço base de 9,6 milhões de euros, aguardando-se o seu desfecho.
Ainda em relação ao rio Mondego, sabe-se que está prevista, também, uma requalificação nos muros e espaço público na margem esquerda, em Santa Clara.