Em jeito de brincadeira costuma-se dizer “goodbye” (adeus) que em fico bem (good). É o que apetece dizer aos súbitos de sua majestade, que decidiram sair da União Europeia (UE). Saiu um ainda ficaram 27.
O Reino Unido acabou por ter, num só ano, uma entrada e uma saída: deu vivas a 2020 e deixou a UE, em 31 de Janeiro. Cabe agora ao futuro ditar se o Brexit será efectivamente motivo para celebração ou se, como muitos acreditam, será a causa de arrependimentos.
O curioso é que Reino Unido saiu e não saiu da União Europeia, pois iniciou-se um período de transição que durará 11 meses e durante o qual permanecerá na união aduaneira europeia e no mercado único, podendo manter a circulação de bens, serviços e capitais enquanto negoceia uma nova relação com a UE.
O Reino Unido sempre esteve à parte da União Europeia, com moeda própria, condução pela esquerda, unidades de medida e peso diferentes, mas a beneficiar do que o clube europeu podia dar. Claro que a UE também perde no seu conjunto, porque deixa de receber o contributo do Reino Unido, a segunda maior economia a seguir à Alemanha, mas os ingleses não deixarão de precisar dos produtos dos países da União Europeia, como nós dos deles.
Será tudo uma questão de taxas, de mais passaporte ou cartão do cidadão, muitas questões burocráticas a resolver. Não vão, por certo, dispensar o vinho do Porto, como nós queremos o whisky.
O tempo dirá se após o referendo de 2016 e a noite de 31 de Janeiro de 2020, foram acertados os gritos de júbilo de uns, ou a tristeza de outros. Depende do ponto de vista.