1. É deplorável, ignóbil e desumano que a mulher mais rica de África provenha do mesmo país e consiga conviver com mais de 8 milhões (30% da população Angolana) de pobres que têm apenas 1 euro por dia para sobreviver.
2. É profundamente abjecto o comportamento social de tantos e tantos, que durante os últimos anos “mamaram da teta”, cuja origem agora parecem todos desconhecer, e que na hora mais difícil apaguem do dicionário a palavra solidariedade.
3. Neste caso como noutros, a substituição das investigações judiciais por “vazamento de informações” com base em actos, obviamente, de duvidosa legalidade e licitude, alimentando assim julgamentos na praça pública – por mais apetecíveis que possam ser – estão a conduzir o nosso Estado de Direito para um caminho sinuoso e cujo previsível mau resultado irá inelutavelmente recair sobre todos nós.
4. A narrativa ora construída por proto-jornalistas – e com vista à venda fácil do sensacionalismo – que conviveram e se nutriram por igual das benesses produzidas caracteriza o estado fecal a que chegou uma parte considerável da classe.
5. É apenas mais um exemplo, mais um em tão pouco tempo, da falência das instituições regulatórias e dos mecanismos de controlo financeiro e bancário. Já não há pachorra nem desculpa. Ou há culpados e penas urgentemente ou a nossa democracia corre riscos, pois daqui ao aparecimento de “salvadores da pátria” é um tirinho!!!
(*) Conselheiro Técnico na Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia