O polo principal do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) está hoje a funcionar a “meio gás” devido à greve da Função Pública, de acordo com uma ronda efectuada pela agência Lusa.
“Pelo movimento de pessoas, acho que está a funcionar a menos de metade”, disse à nossa reportagem, a meio da manhã, uma funcionária do bar e refeitório do piso menos dois, de uso exclusivo de funcionários do Hospital da Universidade de Coimbra.
Em alguns dos 10 pisos do edifício, foi possível verificar que muitos secretariados clínicos não estão a funcionar e que grande parte dos internamentos trabalha com serviços mínimos.
As consultas de oftalmologia, urologia e cardiologia, por exemplo, não funcionam por falta de administrativos, apesar de alguns utentes aguardarem nos corredores na esperança de conseguirem ser consultadas.
Na pneumologia, os exames também não estão a funcionar por falta de pessoal.
A agência Lusa detectou, também, que os auxiliares do internamento de endocrinologia estão todos em greve, embora existam especialidades que estão a funcionar normalmente, como é o caso de Medicina Interna.
“Hoje, nota-se que o movimento de pessoas, auxiliares e profissionais de saúde é bastante menor do que nos dias normais”, salientou Leonel Rodrigues, técnico de elevadores em permanência no HUC.
Os trabalhadores da administração pública cumprem hoje uma greve nacional, a primeira da actual legislatura, e realizam uma manifestação à tarde, em Lisboa.
Várias escolas fechadas em Coimbra
Também várias escolas do centro da cidade de Coimbra estão hoje encerradas ou sem actividade lectiva devido à greve da função pública, sendo uma “espécie de feriado” para alunos e uma “dor de cabeça” para os pais.
Na Escola Martim de Freitas, junto ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, houve alunos a festejar assim que foi comunicado, por volta das 08h15, que o estabelecimento estaria encerrado devido à greve nacional dos trabalhadores da administração pública.
Se para os alunos pôde ser motivo de celebração, para os pais a greve pode transformar-se numa “dor de cabeça”, aponta Célia Cabral, com um filho na escola que teria hoje um teste.
Sendo representante dos pais da turma, o telemóvel ainda não parou de tocar, com chamadas de outros encarregados de educação para tentarem perceber se a escola estava fechada ou não.
“Eu até vivo e trabalho aqui ao lado, mas há várias pessoas que vêm de fora de Coimbra, têm horários para cumprir, trazem as crianças e o que vão fazer com elas? Têm que voltar para trás”, refere Célia Cabral, salientando que para muitos desses pais a greve “é um constrangimento muito grande”.
Na Escola Secundária José Falcão, tal como na Martim de Freitas, um papel informa na porta de entrada que a escola está encerrada devido à greve de funcionários não docentes.
Na escadaria de entrada, dois jovens do 12.º ano entretêm-se ao telemóvel e contam à agência Lusa que, apesar de ser “uma espécie de feriado” também para eles cria alguns constrangimentos.
Para além destes dois estabelecimentos, a agência Lusa também constatou no local o encerramento da Escola de 2.º e 3.º ciclo Eugénio de Castro.
Já a Escola Alice Gouveia e a Jaime Cortesão estão abertas, mas sem actividade lectiva, sendo que as secundárias Avelar Brotero e Dona Maria estão a funcionar.