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Empresas de Coimbra em Satélite que vai fotografar polos solares

28 de Janeiro 2020

Duas empresas de Coimbra participam com tecnologia no satélite europeu que vai permitir obter as primeiras imagens dos polos do Sol, o Solar Orbiter, com nova data de lançamento prevista para 08 de Fevereiro.

A Critical Software concebeu vários sistemas de ‘software’ do satélite, como os sistemas central de comando e controlo, de detecção e recuperação de falhas e de gestão de comportamento térmico.

A Active Space Technologies fabricou componentes em titânio para o braço de suporte e orientação da antena de comunicação do satélite com a Terra e canais igualmente de titânio, para a passagem de luz, que atravessam o escudo térmico do aparelho.

O engenho, cujo lançamento chegou a ser apontado para 05 e 06 de Fevereiro, será enviado para o espaço em 08 de Fevereiro, às 04h15 (hora de Lisboa), da base de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, de acordo com o mais recente calendário divulgado pela Agência Espacial Europeia (ESA), que conduz a missão em conjunto com a congénere norte-americana NASA.

De novo, a missão do Solar Orbiter (Orbitador Solar) vai permitir obter as primeiras imagens dos polos do Sol, considerados a chave para se compreender a actividade e o ciclo solares.

Por outro lado, salienta a ESA, será o primeiro satélite europeu a entrar na órbita de Mercúrio e a explorar a conexão entre o Sol e a Terra para entender melhor o clima extremo no espaço.

O aparelho, que estará a 42 milhões de quilómetros do Sol na sua maior aproximação, o equivalente a um quarto da distância que separa a estrela da Terra, está equipado com 10 instrumentos para observar a superfície turbulenta do Sol, a sua atmosfera exterior e as alterações no vento solar (emissão contínua de partículas energéticas a partir da coroa, a camada mais externa da atmosfera solar).

O Solar Orbiter, preparado para enfrentar temperaturas de 500º C, trabalhará em complemento com a sonda norte-americana Parker Solar Probe, em órbita desde 2018, e que tem quatro instrumentos para estudar o campo magnético do Sol, o plasma, as partículas energéticas e o vento solar.

A sonda da NASA estará mais perto do Sol do que o Solar Orbiter, a 6,2 milhões de quilómetros na sua maior aproximação à estrela, e viajará pela camada mais interna da sua atmosfera para observar como as partículas energéticas circulam na coroa.

Ambos os engenhos usam a gravidade do planeta Vénus para se aproximarem do Sol. A primeira aproximação do Solar Orbiter ao Sol é esperada em Fevereiro de 2021.

Os cientistas esperam obter com este satélite respostas sobre o que leva à aceleração das partículas energéticas, o que acontece nas regiões polares por acção do campo magnético, como é que o campo magnético é gerado no Sol e como se propaga através da sua atmosfera e pelo espaço, como a radiação e as emissões de plasma (gás ionizado formado a elevadas temperaturas) da coroa afectam o Sistema Solar e como as erupções solares produzem as partículas energéticas que conduzem ao clima espacial extremo próximo da Terra.