Depois do chumbo do orçamento da Câmara de Coimbra para 2020, o PS afirmou que a oposição votou contra apenas “porque sim”, que não fundamentou, que não apresentou alternativas e que não apresentou propostas.
Para contrapor às patéticas afirmações do PS de Coimbra, nada melhor do que parafrasear o PS do Seixal, que chumbou o orçamento da Câmara do Seixal de 2019, governada pelo PCP/CDU!
Conforme pode consultar-se na sua página do Facebook, pergunta o PS do Seixal: É legítimo a oposição votar contra o orçamento? Sim, responde o PS do Seixal, em democracia a vontade da maioria prevalece (que grande lição de democracia o PS do Seixal dá ao PS de Coimbra, que queria fazer prevalecer a vontade da minoria…). Continuando a parafrasear o PS do Seixal, mas com a realidade de Coimbra: os partidos que não votaram a favor do orçamento municipal do PS de Coimbra tiveram em conjunto mais 15364 votos que o PS nas últimas eleições autárquicas.
Pergunta ainda o PS do Seixal, “O PS não apresentou qualquer proposta para discussão? É falso, o programa eleitoral do PS é conhecido e pode ser consultado por todos no endereço electrónico”. Também é falso que o Somos Coimbra não tenha apresentado propostas. Além disso, o programa do Somos Coimbra foi o maior programa apresentado às autárquicas de 2017 e continua disponível online. Infelizmente, quando a política é feita com base em mentiras, ficam auto qualificados os actores dessa política.
Rememorando os argumentos do PS do Seixal para chumbar o orçamento da Câmara PCP/CDU, verifica-se que se aplicam ipsis verbis como argumentos para rejeitar o orçamento do PS de Coimbra. Não restam dúvidas que o PS do Seixal votaria contra o PS de Coimbra porque, e citamos: “o Presidente da Câmara não procurou suficientemente os consensos necessários e não mostrou qualquer abertura às propostas da oposição”. “Nas reuniões que foram convocadas para ouvir as sugestões, o orçamento já estava fechado.” Na visão dos socialistas do Seixal, o orçamento não compreendia “medidas de transparência” essenciais, como a transmissão online das sessões de câmara e da assembleia ou a abertura do Boletim Municipal, que “deturpa absolutamente tudo o que se passa nas assembleias” (também o Portal da Câmara de Coimbra é uma máquina de propaganda do PS). Samuel Cruz, deputado municipal do PS do Seixal, referiu ainda que é necessário “melhorar a higiene urbana”. Ninguém tem dúvidas que em Coimbra se verificam exactamente as mesmas lacunas e necessidades.
Neste conjunto de motivos, e em alguns outros, o PS do Seixal encontrou razões para votar contra e chumbar o orçamento da Câmara do Seixal. Será que o PS de Coimbra vai chamar ‘força de bloqueio’ e ‘pau na roda’ ao PS do Seixal?
O Somos Coimbra desafia o PS de Coimbra a cumprir as exigências do PS do Seixal, que também têm sido as nossas, a não ser que o PS não exista de facto, como ideologia nacional partilhada, e seja uma mera manta de retalhos de interesses e jogos locais de poder e contra poder, no pior sentido dos termos.
Finalizamos reafirmando que o movimento Somos Coimbra apresentou 18 páginas de texto para fundamentar o chumbo do orçamento e apresentar 75 propostas para desenvolver Coimbra. Como habitualmente, todas as propostas que apresentamos são liminarmente rejeitadas pelo PS, sem sequer merecerem agendamento e debate.
(*) Vereador sem pelouro do movimento Somos Coimbra