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Pescadores do Mondego exigem erradicação dos jacintos de água

23 de Janeiro 2020 Jornal Campeão: Pescadores do Mondego exigem erradicação dos jacintos de água

Pescadores do Rio Mondego e da pesca local da Figueira da Foz exigiram, hoje, rapidez na implementação de medidas para erradicar os jacintos de água (planta invasora com grande impacto na pesca), que estão a causar graves prejuízos.

A FIGPESCA – Associação dos Pescadores e Armadores do Centro Litoral considera que a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “em escoar os jacintos entre Montemor-o-Velho e a Figueira da Foz não salvaguarda os interesses da pesca, uma vez que continua a haver prejuízos em permanência com as artes que operam no estuário e na zona costeira”.

Os pescadores queixam-se de que o problema dos jacintos de água está “longe de estar resolvido”, apesar de um comunicado da Câmara Municipal da Figueira da Foz, de dia 13, prever “a remoção de uma grande quantidade desta espécie invasora até dia 15 de Janeiro, data a partir da qual os pescadores poderiam voltar a sua actividade com normalidade”.

“Continuam a existir jacintos nas margens entre Montemor-o-Velho e a Figueira da Foz, que, embora em menor quantidade, continuam a sair pelas portas da Central Termoeléctrica em Maiorca, para o rio Mondego e, consequentemente a causar impactos que se estendem à zona costeira adjacente”, refere a FIGPESCA.

Os pescadores queixam-se de que os jacintos ficam retidos nas redes de pesca da frota local e até da arte xávega, que opera mais a sul da Figueira da Foz.

Igor Branco, presidente da FIGPESCA, salienta que “tem sido feito um esforço ao longo dos últimos anos, com diversas entidades, no sentido de promover uma pesca sustentável no rio Mondego, nomeadamente de sável e de lampreia, com o compromisso de pescadores de todas as zonas do rio e mar em cumprir as medidas para alcançar os objectivos de sustentabilidade”.

“A decisão de libertar os jacintos de água no rio Mondego põe em causa os esforços feitos até aqui e não pode ser tomada sem acautelar os interesses dos restantes usuários do rio, do estuário e do mar”, realça o dirigente.

Os pescadores agradecem à Câmara Municipal da Figueira da Foz as diligências no sentido de minimizar os impactos na pesca, mas temem que a situação se repita na próxima época.

“Este ano, o início da época da lampreia foi comprometido por causa dos jacintos que impossibilitaram a actividade durante as primeiras semanas, altura em que o preço por lampreia é também mais elevado”, frisa Igor Branco, acrescentando que, “além da perda de oportunidade de pesca, é também de considerar os prejuízos com artes de pesca danificadas e a segurança dos pescadores que fica comprometida”.

Os pescadores exigem que sejam tomadas as medidas de contenção necessárias e que os jacintos sejam removidos no seu local de origem em Montemor-o-Velho, “podendo ser reaproveitados para outros usos, por exemplo, adubar terras agrícolas, como relatado por alguns pescadores de águas interiores”.