O Governo vai estudar “uma solução viável para a implementação de um aeroporto na região Centro”, anunciou a Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra, depois de ter reunido no Ministério das Infraestruturas para debater o assunto.
Uma delegação da CIM Região de Coimbra reuniu-se, ontem, em Lisboa, com representantes do Ministério das Infraestruturas e da Habitação, “para discutir a temática do aeroporto na região Centro” e reiterar “a necessidade” de uma infraestrutura deste tipo na zona, afirma a CIM.
Durante a reunião, “os representantes do Governo registaram as necessidades, apresentadas pelos autarcas, do reforço da capacidade aeroportuária na região Centro”, refere a CIM, sublinhando que “ficou estabelecido que iriam ser avaliadas e estudadas as soluções com vista a encontrar uma solução viável para a implementação de um aeroporto no Centro do país”.
“Os autarcas reiteram a necessidade de se encontrar uma solução exequível”, de modo a ser “incorporada no Plano Nacional de Investimentos 2030”, conclui a CIM, que agrega 19 municípios e é liderada pelo presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, eleito pelo PS.
A reunião de ontem para discutir a localização e “construção de raiz” de um aeroporto na região Centro foi anunciada pelo presidente da Câmara de Coimbra, o socialista Manuel Machado, na segunda-feira.
Perante “a evidência de que [a Base Aérea de] Monte Real não é alternativa”, tal como o aeródromo Bissaya Barreto, em Coimbra, Manuel Machado disse então que se estava a trabalhar para resolver a situação, defendendo a “construção de raiz” de um aeroporto.
A abertura da Base Aérea de Monte Real (BA5), no concelho de Leiria, ao tráfego civil “é inexequível”, pois implicaria, designadamente por razões de segurança, “um investimento mais oneroso do que a construção de uma pista nova”, explicou o autarca, que falava na reunião do executivo municipal de Coimbra.
O projecto de instalação de um aeroporto no concelho de Coimbra, através da ampliação do aeródromo municipal Bissaya Barreto, que Manuel Machado vinha preconizando desde a sua campanha de recandidatura à liderança da Câmara de Coimbra em 2017, também se revela inviável, pois esta possibilidade envolveria, igualmente, “mais custos do que a construção” de infraestrutura nova, explicou.
A ampliação do aeródromo Bissaya Barreto para a operação de aviões pesados “é muito dispendiosa”, de acordo com os estudos entretanto encomendados pela Câmara de Coimbra, frisou.
A localização do novo aeroporto já está de algum modo definida, no âmbito dos mesmos estudos já efectuados, que apontam para uma área situada “a Sul de Coimbra e a Norte de Leiria”, adiantou, na mesma ocasião, Manuel Machado.
O presidente da Câmara de Leiria, o também socialista Gonçalo Lopes, disse que continua a considerar que a abertura da BA5, em Monte Real, à aviação civil é a melhor solução para a região Centro.
“Parece óbvio que, não só a proposta é completamente esdrúxula e irrealista, como Manuel Machado está isolado nesta acção, que terá fundamentos exclusivamente internos”, afirmou o autarca de Leiria.
“A esmagadora maioria das forças vivas de Coimbra e da região Centro já se manifestaram a favor do aeroporto de Monte Real como a solução mais exequível e realista”, sustentou Gonçalo Lopes, que também é presidente da CIM Região de Leiria.
“O próprio Governo, através do primeiro-ministro e do ministro das Infraestruturas, também se pronunciou favoravelmente ao projecto de Monte Real, nos termos em que está apresentado”, destacou Gonçalo Lopes.
“Julgo que isso diz tudo e lamento a posição de Manuel Machado, que não é coerente nem razoável, mas não é por morrer uma andorinha que se acaba a primavera”, rematou.