Coimbra  16 de Outubro de 2024 | Director: Lino Vinhal

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Coimbra acolhe o primeiro Instituto do Envelhecimento do Sul da Europa

16 de Janeiro 2020

O MIA-Portugal (Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento) será o primeiro centro de referência no sul da Europa, focado no estudo dos processos biológicos do envelhecimento e será apresentado no dia 21, no Colégio da Trindade, em Coimbra.

Lançado pela Universidade de Coimbra (UC) em parceria com a CCDRC (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro) e o Instituto Pedro Nunes, o novo Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento, será um projecto pioneiro a nível nacional na área da investigação do envelhecimento.

O MIA-Portugal é financiado pela União Europeia com comparticipação da Universidade de Coimbra e da CCDRC num montante total de 49 milhões de euros, dos quais 15 milhões são investimento directo do programa Teaming da UE.

De acordo com Rodrigo Cunha, coordenador do projecto, “o MIA-Portugal visa responder à ‘armadilha’ do envelhecimento, resultante do aumento da esperança de vida que está directamente ligado ao aumento do número de idosos com doenças crónicas”.

“O envelhecimento é o principal factor de risco para doenças crónicas como a diabetes, Alzheimer, as doenças cardiovasculares, a osteoporose ou o cancro, as quais são tratadas de modo independente”, refere.

Rodrigo Cunha acrescenta que “a ideia é identificar as bases biológicas do envelhecimento e desenhar estratégias novas que diminuam o processo de envelhecimento de modo a atrasar ou suprimir em simultâneo as várias doenças crónicas associadas ao envelhecimento”.

“O objectivo não é aumentar a esperança de vida mas sim, aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa”, explica.

Coimbra é referência a nível da investigação do envelhecimento

A aprovação pela União Europeia do MIA-Portugal, em Coimbra, decorre do reconhecimento do serviço de excelência na área biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, dos Hospitais da Universidade de Coimbra, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (o primeiro e mais produtivo centro de investigação biomédica do pais), bem como do Instituto Pedro Nunes e do Biocant (incubadoras de start-ups premiadas).

Além da contribuição para a génese de conhecimento, a actividade do MIA-Portugal estará direccionada para a exploração clínica e empresarial, com vista a desenvolver novas estratégias profilácticas e terapêuticas para atenuar a incidência e desenvolvimento de doenças crónicas associadas ao envelhecimento, assim como desenvolver novas metodologias de promoção de qualidade de vida do idoso.

Por outro lado, os grupos de investigação do MIA-Portugal irão desenvolver a sua actividade científica de investigação clínica em colaboração com grupos dos parceiros internacionais (Groningen Medical School, Newcastle University, Mayo Clinics e University of Copenhagen), com o objectivo de identificar os mecanismos biológicos responsáveis pelo processo de envelhecimento, de longe o maior factor de risco para o aparecimento das várias doenças crónicas associadas ao envelhecimento.

Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo, com uma das maiores incidências de doenças crónicas associadas ao envelhecimento, como cancro, diabetes ou doenças cardiovasculares, responsáveis pela deterioração da qualidade de vida do idoso.

O projecto MIA-Portugal (Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento) tem como objectivo construir o primeiro centro de referência no sul da Europa, focado no estudo dos processos biológicos do envelhecimento para promover e sustentar o envelhecimento saudável e activo.

O programa de presentação do projecto MIA-Portugal (Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento), no dia 21, no Colégio da Trindade, em Coimbra, decorrerá a partir das 09h30 com a participação de Rodrigo Cunha, coordenador do projecto MIA-Portugal, da Universidade de Coimbra, de António Veiga Simão, presidente da CCDRC, de Mariya Gabriel, da Comissão Europeia (a confirmar), de Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, de Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (em confirmação), e Amilcar Falcão, reitor da Universidade de Coimbra.