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Centro: Estratégia inclui aposta nos territórios que perderam população

15 de Janeiro 2020

As prioridades estratégicas do Centro até 2030 incluem uma aposta nos territórios “mais carenciados de energia demográfica”, anunciou, hoje, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRC).

Um dos principais desafios, segundo a CCDRC, passa por “promover a capacitação para a resiliência dos territórios mais vulneráveis”, que não pararam de perder população ao longo das últimas décadas.

“É muito difícil travar” essa tendência, disse à agência Lusa Jorge Brandão, vogal executivo da Comissão Directiva do Centro 2020, frisando que é preciso “procurar novas formas de olhar para os territórios”.

Na sua opinião, contudo, há necessidade de atrair pessoas tanto ao Litoral como ao Interior, designadamente empreendedores e trabalhadores qualificados. “Esta é uma questão crítica e premente” em que importa a região investir nos próximos anos, defendeu Jorge Brandão.

Um documento com as linhas principais da estratégia regional para o período de 2021 a 2027, já com a nova programação dos fundos da União Europeia em vigor, foi debatido na segunda-feira, em Coimbra, num encontro em que participaram cerca de 300 pessoas, em representação de diferentes entidades do Centro, públicas e privadas.

Está previsto um esforço de “redução dos níveis de vulnerabilidade dos territórios mais interiores e da recuperação da sua imagem e resiliência como possíveis atratores de iniciativas, de jovens e de investimento”.

“Promover a resiliência e atracção de pessoas e investimento aos territórios mais interiores, com mudanças estruturais dos seus sistemas produtivos de modo a integrar a situação de ‘stresse’ hídrico em que tais territórios estão mergulhados” é outro dos objectivos.

No mesmo sentido, importa “aprofundar e intensificar as dinâmicas de inovação para reforçar um modelo territorial equilibrado na região”.

Numa nota hoje divulgada, a CCDRC refere que a estratégica para a nova década deve “reforçar a competitividade nacional e internacional e consolidar um modelo de inovação territorial e socialmente inclusiva”.

É ainda necessário, entre outras propostas, a região “colocar estrategicamente o seu sistema urbano ao serviço de um modelo territorial que evolua em combinação virtuosa entre territórios competitivos e inovadores e territórios mais deprimidos”, bem como “promover a inovação e a transição para a economia circular, integrando a emergência climática e as suas implicações em termos de sistemas produtivos e organização territorial”.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, actualmente presidida por António Veiga Simão, pretende que a definição da estratégia para 2030 “seja um processo participado e enriquecido com os contributos de todos os agentes da região num exercício de inteligência colectiva”, podendo as entidades enviar os seus contributos até ao dia 31.