O movimento Somos Coimbra (SC) comentou, hoje, o facto de o Executivo socialista levar à reunião de Câmara, segunda-feira, uma versão das Grandes Opções do Plano e do Orçamento para 2020 que “é igual em substância e valores” à chumbada na Assembleia Municipal.
Lembrando que o PS é minoritário na Edilidade (tem cinco vereadores em 11), o Somos Coimbra informa que “não recebeu nenhum contacto negocial” por parte do Partido Socialista e considera que a apresentação da mesma versão dos documentos representa “uma afronta à democracia, uma vontade não democrática de impor a opinião da minoria”.
O SC considera, ainda, tratar-se de “uma falta de respeito pela maioria dos munícipes, cujos representantes entenderam e justificaram, fundamentadamente, reprovar a falta de estratégia de desenvolvimento e de diálogo do PS, que com esta obstinação presta um mau serviço a Coimbra”.
O movimento, que tem dois vereadores na Câmara, lamenta, também, que “a táctica usada pelo Executivo socialista de Coimbra seja exactamente a oposta à que se assiste a nível nacional para que o Orçamento do Estado para 2020 possa ser aprovado”.
“Por exemplo, hoje foi notícia que, após a reunião de ontem entre António Costa e Catarina Martins, onde foram acordadas diversas alterações à proposta do Governo de Orçamento de Estado para 2020, o Bloco de Esquerda anunciou que vai abster-se na votação do Orçamento na generalidade, permitindo a sua viabilização”, refere o SC.
Nesse sentido, o SC considera que “após o chumbo do Orçamento na Assembleia Municipal por parte de todas as forças políticas da oposição, seria de esperar por parte do PS mais diálogo com os outros partidos e movimentos representados no Município”.
“Os problemas de Coimbra não se resolvem com vitimização simplista, nem com dramatizações teatrais e extremistas, mas sim com diálogo construtivo. Recorda-se que noutros concelhos do país o PS também chumbou orçamentos e certamente não é por essa razão que pode ser qualificado como força de bloqueio” – acrescenta.
“Como se pode esperar um desfecho diferente perante documentos iguais? Votaremos da mesma forma. Se, debatendo-se o mesmo documento, alguém alterar a sua votação, terá de explicar aos cidadãos, com muito detalhe, as razões pelas quais o fez. O Movimento Somos Coimbra encarregar-se-à de garantir que essa questão não passará em branco” – assegura o SC.
A concluir, o SC refere que, “em democracia, quem não tem maioria deve procurar o diálogo e a concertação e mesmo tendo maioria é saudável que o faça”, para manifestar a sua “disponibilidade para trabalhar numa proposta que sirva Coimbra, estando aberto ao diálogo, assim o PS o pretenda”.