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A Previdência e vários artistas unidos em concerto pela Acreditar

7 de Janeiro 2020 Jornal Campeão: A Previdência e vários artistas unidos em concerto pela Acreditar

Sofia Lisboa, Maria Patrocínio (Acreditar) e António Martins de Oliveira (APP) apresentaram o evento na Casa Acreditar de Coimbra

 

João Pedro Pais, João Gentil, Luís Travassos, Mário Daniel, La Bohème (Sofia Lisboa e Paulo Figueiredo), Viviane e o Coro dos Antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra abraçaram a causa proposta pela A Previdência Portuguesa (APP) e vão actuar, este sábado (11), num espectáculo solidário no Convento de São Francisco a favor da Associação Acreditar.

A iniciativa integra as comemorações dos 90 anos da APP, que neste preciso dia celebra o 91.º aniversário, sendo assim este evento o encerramento das celebrações que decorreram durante o ano transacto.

Os artistas convidados vêm para “proporcionar um espectáculo maravilhoso e de grande qualidade”, tendo abdicado do seu cachê para actuarem neste evento solidário.

António Martins de Oliveira, presidente da APP, revela que a associação “tem vindo a apoiar diversas entidades da economia social, que actuam a nível local e nacional”, algo que “é para continuar , em prol da comunidade”.

“As pessoas não sabem, muitas vezes, o que fazem as instituições, qual o seu objectivo ou futuro”, adiantou o responsável, sublinhando a missão de muitas delas em “resolver ou amenizar problemas”, sendo esta iniciativa uma forma de dar a conhecer ambas as instituições à sociedade, a APP e a Acreditar.

Para Maria Patrocínio, membro da Direcção nacional da Acreditar, estes são eventos “muito necessários, um contributo que permite levar a bom porto a missão a que a associação se propôs, porque só assim pode retribuir o que recebe”.

A apresentar o concerto estará Sansão Coelho e Sofia Lisboa, a ex-vocalista dos Silence 4, ela que também passou por um cancro bastante agressivo e de difícil superação.

“Vai ser um espectáculo maravilhoso a reverter totalmente para a Acreditar”, afirmou, ressalvando o poder das crianças, que mesmo doentes “têm uma grande capacidade de perdoar a vida. São excelentes professores”.

Os bilhetes estão à venda online e nos locais habituais, em todo o país, tendo o custo de nove euros.

A Acreditar é a “casa” fora de casa

Com casas em Coimbra, Lisboa, Porto e Funchal, a Associação Acreditar faz destas o lar de muitas crianças, jovens e respectivos familiares, deslocados das suas próprias habitações devido a doenças, geralmente, oncológicas.

“O que se pretende é que estas casas sejam a continuação do seu lar, da sua família, onde possam sentir-se bem e partilhar dores e alegrias”, explicou Maria Patrocínio.

Só em 2019, pela casa da Acreditar em Coimbra passaram 153 crianças e jovens (80 raparigas e 73 rapazes), provenientes, essencialmente, da região Centro, em particular Leiria e Viseu, e Açores, mas acolhendo também de todo o país e alguns doentes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).

A Acreditar apoia doentes entre o um ano de idade e os 18, pretendendo estender esse limite até aos 25, tendo, inclusive, já apoiado 12 jovens adultos no ano de 2019.

Durante a sua estadia, curta ou mais prolongada, as famílias apenas pagam a sua alimentação (e mesmo essa poderá ser suportada pela Acreditar, devido às poucas posses de algumas).

Com 20 quartos, que custam uma média de 9 000 euros por ano, a casa tem uma taxa de ocupação de cerca de 80 por cento, não havendo “listas de espera, ao contrário do que acontece em Lisboa”, salientou Maria Patrocínio.

“E é com estes apoios [como o do concerto promovido pela A Previdência Portuguesa] que conseguimos ter as portas abertas e dar apoio a quem dele precisa”, referiu, notando que o mesmo vai, já, para além do simples acolhimento. Há apoio jurídico, económico, etc.

A responsável salientou, também, que “a preocupação e vontade da Associação não é substituir-se ao Estado, mas sim ser um complemento do que o Estado não faz”.

A casa Acreditar de Coimbra tem apenas cinco funcionários remunerados, sendo que todo o trabalho necessário é, também, assegurado por perto de 70 voluntários, de segunda-feira a domingo.

Refira-se que o Hospital Pediátrico de Coimbra é Centro de Referência da retinoblastoma desde 2015, bem como o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) é para os tumores ósseos.